A Emirates, a maior companhia aérea de longo curso do mundo, está planejando retirar temporariamente de operação da maior parte de seus 115 superjumbos Airbus A380 à medida que o Coronavírus mina a demanda global por viagens, disseram pessoas familiarizadas com a situação ao Gulf News.
Como informamos na semana passada, a empresa emiradense com sede em Dubai, já tem quase 30 A380 ociosos e está buscando adiar a entrega das próximas oito unidades que têm encomendadas até que a crise causada pela pandemia do Covid-19 passe.
A Emirates, que também opera 155 Boeing 777 parou de servir cerca de um quarto de seus destinos habituais, encorajou os funcionários a se licenciarem e disse em 12 de março que cortes mais profundos estavam sendo considerados. O modelo de negócios da Emirates é focado em rotas intercontinentais e conectividade a nível global, e enquanto a disseminação do vírus está diminuindo em partes da Ásia, está acelerando em mercados europeus e americanos.
Por conta disso, muitas companhias aéreas estão efetivamente parando totalmente de voar à medida que as medidas tomadas pelos governos de todo mundo para frear a disseminação da Covid-19 eliminam a demanda. Na noite de ontem, o governo brasileiro tomou a decisão de fechar as fronteiras com países europeus, uma decisão que, por si só, retira de operação dois Airbus A380 da companhia árabe – a Emirates tem um voo diário para São Paulo com esse modelo de avião.
O diretor executivo da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Alexandre de Juniac, disse na terça-feira que o vírus pode ter consequências a longo prazo relacionadas à forma como as transportadoras aéreas operam as maiores aeronaves de passageiros como o A380, que estiveram entre os primeiros jatos a ficarem ociosos na crise. Ele sugere que talvez o superjumbo de dois andares poderá ter um fim ainda mais prematuro quando toda essa turbulência passar.
