Empresa brasileira avança no pioneirismo de entrega aérea por drone no país

Manoel Coelho e Samuel Salomão, os fundadores da Speedbird Aero

A empresa brasileira Speedbird Aero vem avançando em seu pioneirismo no país em tornar possível a entrega de produtos por drones para empresas, serviços de logística e instalações de saúde, impulsionando a indústria de drones no Brasil.

Alguns exemplos dos avanços incluem testes e parcerias com grandes nomes, como o Grupo Pardini, o iFood e a Ambev, que testaram entregas aéreas, além da Mercedes-Benz, para a produção de plataformas móveis de pouso e decolagem para os drones.

E na mais recente parceria, há poucas semanas, a empresa se uniu à Claro para o uso de tecnologia 4G e 5G na troca remota de dados dos equipamentos, demonstrando o promissor futuro que o mercado vê no projeto da Speedbird.

A Startup de Franca (SP) foi a primeira empresa a receber o sinal verde da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), em agosto do ano passado, para testar a entrega de produtos com drones no país. A Speedbird constrói aeronaves não tripuladas e desenvolve sistemas de navegação capazes de transportar e entregar pequenas encomendas, incluindo alimentos, medicamentos e diversos produtos para uso comercial, industrial e saúde.

Em resumo, um cliente envia o pacote para uma das instalações conhecidas como Droneport. O pacote é então anexado à aeronave por um operador treinado e o drone então decola para uma altura de cruzeiro de cerca de 40 metros (130 pés) acima do solo e voa por alguns minutos para o Droneport de destino. Uma vez no destino, o drone desacelera e desce a uma altura segura quando o procedimento de pouso começa. O pacote é desacoplado automaticamente e deixado na área de entrega e o drone então sobe de volta à altura de cruzeiro e retorna ao Droneport de origem.

O drone durante testes com a Ambev – Imagem: Ambev

Imagem: Ambev

O software de planejamento e gerenciamento de tráfego não tripulado (UTM) foi projetado pela Speedbird para planejar rotas predefinidas, evitar obstáculos e atender aos requisitos regulamentares.

A aeronave monitora automaticamente seus sistemas para garantir que é seguro voar, e está programada para evitar a decolagem ou para tomar ações de contingência automaticamente se um problema for detectado. Os operadores são treinados e supervisionam toda a operação para garantir que o sistema esteja funcionando perfeitamente.

Os drones da empresa são organizados em 3 categorias diferentes e todos operam na Classe 3 com um peso máximo de decolagem de 25 kg ou menos. O modelo DLV-1 é projetado para entregar encomendas pequenas pesando aproximadamente 2 kg (4,4 lbs) ou menos. O modelo DLV-2 é capaz de carregar produtos de até 8 kg (17,6 lbs). O DLV-4 é um modelo VTOL (decolagem e pouso verticais) capaz de transportar até 5 kg (11 lbs) e entregar pacotes em longas distâncias, chegando a mais de 100 km.

O Drone DVL-4 da Speedbird Aero

A Speedbird até agora já entregou alimentos frescos, sobremesas congeladas, medicamentos, utensílios domésticos e ferramentas aos usuários e espera entregar vários outros produtos no futuro.

Segundo a empresa, os drones Speedbird Aero estão entre as formas mais seguras de transporte de mercadorias e, além de entregar rapidamente, contribuem para reduzir a emissão de carbono na atmosfera, ajudam a descongestionar ruas e avenidas, contribuem para reduzir acidentes de trânsito, salvam vidas e estão diretamente ligados a uma logística mais rápida e eficiente.

Já foram realizados milhares de voos de teste e obtido o Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) emitido pela ANAC, que confirmar a segurança das operações. Isso porque os drones são equipados com sistemas de redundância e possuem paraquedas de emergência.

Speedbird Aero durante teste de liberação de paraquedas para a ANAC

Inicialmente, as operações são autorizadas durante o dia e em condições climáticas favoráveis. No entanto, os drones são projetados para voar com segurança durante o dia, à noite e sob chuva leve.

Como as operações acontecem além da linha de visada do operador (BVLOS), é necessário solicitar a emissão de um NOTAM (Notice to Airman, uma mensagem emitida aos aviadores que tem por finalidade divulgar alterações e restrições temporárias que possam ter impacto nas operações aéreas).

Dependendo da localização, é necessário fazer um acordo operacional com heliportos ou aeródromos próximos. Como precaução adicional de segurança, os operadores são treinados para monitorar de perto a frequência de rádio do tráfego aéreo local.

As aeronaves ainda são equipadas com câmeras de navegação que apontam para a frente e para baixo e não podem ser “direcionadas” a objetos ou pessoas específicas. Ou seja, a câmera da aeronave não pode ser controlada pelo operador e tem como único objetivo auxiliar a navegação aérea e pouso de precisão. As imagens têm baixa resolução e, na prática, as pessoas não são reconhecidas enquanto os drones voam para o destino de entrega.

Para conhecer mais sobre o projeto, clique aqui para acessar o site da Speedbird Aero.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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