Empresa aposta em zepelim futurista para o transporte sustentável de cargas

Concepção artística do zepelim ARH-50 – Imagem: VariaLift Airships

Uma startup britânica está desenvolvendo uma aeronave nos moldes dos antigos dirigíveis zepelins que eram moda na primeira metade do século passado. A VariaLift Airships Plc anuncia que projetou um dirigível feito de alumínio, com alta capacidade de carga e inicialmente propulsionado por dois motores convencionais de aviação, mas com potencial para ser movido a energia solar.

De acordo com o diretor geral da companhia, Alan Handley, em comunicação à imprensa, a aeronave poderá fazer viagens entre a Inglaterra e os Estados Unidos com apenas 8% do combustível normalmente utilizado por viagens convencionais. O compartimento de carga permite o transporte de 250 toneladas de mercadorias, o que tornaria o transporte logístico para itens mais leves até mais econômico que as viagens rodoviárias.

Outra vantagem apontada pelo fabricante é a característica de pouso e decolagem vertical, como um helicóptero, o que tornaria a operação mais fácil em aeroportos pelo mundo. Aliás, para os idealizadores, a própria exigência de uma infraestrutura aeroportuária é dispensável, pois uma equipe de solo treinada é capaz de atender ao equipamento em qualquer espaço plano.

Imagem: Divulgação VariaLift

O dirigível é resistente a ventos frontais e cruzados com velocidade de até 50 nós (92 km/h) e tem vida útil de até 40 anos. O custo para aquisição e operação chagaria a ser 80 a 90% menor do que uma aeronave de carga útil com a mesma capacidade, segundo a Varialift.

No momento, a empresa busca investidores para bancar a construção de um protótipo, que já está em andamento. Em parceria com a prefeitura da cidade de Chateaudun, na França, a VariaLift reservou um local de 40 hectares (0,4 km²) onde todos os três modelos em estudo serão fabricados. A empresa estima contratar até 300 funcionários em quatro anos. O processo modular de construção do protótipo formará a base do processo de fabricação dos modelos em série.

Desvantagens

Nos informes já divulgados para promover a nova aeronave já se pode observar algumas limitações que podem impactar o interesse comercial pela novidade. A matriz solar como fonte de energia principal restringiria o período de funcionamento da aeronave, já que não está prevista uma bateria ou sistema de contingência para longos períodos. Pelo menos em um primeiro momento, voos noturnos não seriam viáveis.

A velocidade é reduzida. O zepelim pode chegar a uma velocidade máxima de 350 km/h. O voo de cruzeiro de uma aeronave a jato comum pode chegar a quase o triplo dessa marca, o que pode impactar na concorrência com o transporte aéreo em alguns perfis de clientes. O tamanho e o formato também não ajudam: são 26 metros de altura por 26 metros de largura.

Caso a empresa consiga o financiamento que busca, a previsão é que o primeiro protótipo esteja finalizado em 2021. A Varialift planeja colocar no mercado três modelos diferentes com capacidades de transporte distintas.

Principais características do zepelim da VariaLift, segundo a fabricante:

  • Feito de alumínio – leve e sólido.
  • Decolagem e aterrissagem vertical.
  • Opera em condições de vento frontal e cruzado de até 50 nós.
  • Dispensa infraestrutura aeroportuária. A equipe de solo opera em qualquer espaço plano livre.
  • Queima 80 – 90% menos combustível do que aeronaves equivalentes.
  • Voa a 250 – 350 km/h.
  • Custa 80-90% menos para comprar e operar do que aeronaves de carga útil equivalentes.
  • Rival em custo com caminhão ou ferrovia.
  • Vida útil mínima de 40 anos.
  • Sem perda de hélio durante operações normais.

Confira o vídeo com uma apresentação da novidade:

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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