Empresas aéreas ainda devem ter prejuízo conjunto de US$ 51,8 bilhões em 2021

Boeing 787 – Imagem: Marco Verch / CC BY 2.0, via Flickr

Depois de um 2020 devastador e perdas colossais de receita causadas pela primeira e segunda ondas da pandemia, a COVID-19 continua afetando consideravelmente a indústria de aviação durante a busca pela recuperação.

O número crescente de casos de COVID-19 em diversos países, temores de restrições de viagens devido à variante Delta e preocupações com a recuperação econômica continuam golpeando várias das maiores companhias aéreas do mundo, que seguem na esperança de uma recuperação contínua após a pandemia.

De acordo com dados apresentados pela Stock Apps, após perdas de US$ 137,7 bilhões em 2020, as companhias aéreas comerciais devem terminar este ano com um prejuízo conjunto de quase US$ 51,8 bilhões e receitas 43% menores do que antes da COVID-19.

Uma pesquisa da International Air Transport Association (IATA) mostrou que as companhias aéreas comerciais geraram apenas US$ 373 bilhões em receitas em 2020, ou 57% menos do que as projeções pré-pandemia. Embora se espere que esse número salte 25% em relação ao ano anterior, para US$ 472 bilhões em 2021, isso é US$ 100 bilhões menos do que as receitas de 2008, por exemplo.

Receita das empresas aéreas, de 2003 a 2022 – Fonte: IATA, ICAO e outros, via StockApps

Embora as ajudas governamentais em todo o mundo tenham trazido esperanças de uma recuperação estável da indústria de aviação global, esse cenário pode demorar anos. Além de permanecer um dos setores mais afetados durante a pandemia, todo o mercado enfrenta aumento de custos, incluindo mão-de-obra e combustível.

Resultados por região do planeta

Lucro/prejuízo das empresas aéreas, de 2020 a 2022 – Fonte: IATA, via StockApps

Em comparação regional, a maior parte da perda de 2021 será gerada pelas companhias aéreas europeias. Após lucro de US$ 7,9 bilhões em 2019, houve prejuízo de US$ 34,5 bilhões em 2020 e a previsão é de menos US$ 20,9 bilhões em 2021.

A IATA prevê que a região do Pacífico Asiático testemunhará a segunda maior perda neste ano, de US$ 11,2 bilhões, após lucro de US$ 6 bilhões em 2019 e prejuízo de US$ 45,6 bilhões o ano passado.

As transportadoras do Oriente Médio, que já registravam prejuízo de US$ 1 bilhão em 2019, perderam US$ 8,5 bilhões em 2020 e terão prejuízo de US$ 6,8 bilhões em 2021.

Na África, as empresas aéreas também relataram perdas combinadas antes mesmo do choque da COVID-19, com prejuízo de US$ 200 milhões, e então passaram a um prejuízo de US$ 2,2 bilhões em 2020. A previsão é de menos US$ 1,9 bilhão no ano atual.

O resultado combinado das companhias da América Latina, que era de um pequeno lucro de US$ 100 milhões antes da Covid, passou a prejuízo de US$ 11,9 bilhões em 2020 e deverá ser de nova perda de US$ 5,6 bilhões em 2021.

Por fim, a América do Norte, cujas empresas lucraram US$ 16,5 bilhões em 2019, perderam US$ 35,1 bilhões em 2020 e devem ter prejuízo de US$ 5,5 bilhões neste ano.

Para o ano de 2022, a América do Norte é a única região com expectativa de reversão para resultado positivo, com as companhias aéreas alcançando US$ 9,9 bilhões em lucro.

A previsão é que os prejuízos das demais regiões serão de US$ 9,2 bilhões para a Europa, US$ 2,4 bilhões para o Pacífico Asiático, US$ 4,6 bilhões para o Oriente Médio, US$ 3,7 bilhões para a América Latina e US$ 1,5 bilhão para a África.

Com isso, o mercado global deverá ter um prejuízo de US$ 11,6 bilhões em 2022.

Quase 85% das pessoas mudaram hábitos de viagem

Além do aumento dos custos e da queda nos lucros, toda a indústria aérea está enfrentando mudanças maciças nos hábitos de viagem, causadas pela pandemia da COVID-19.

De acordo com o Passenger Confidence Tracker 2021, encomendado pela Inmarsat, 84% dos entrevistados afirmam que seus hábitos de viagem podem mudar após a COVID-19. Cerca de 35% das pessoas decidiram que vão viajar com menos frequência por qualquer meio mesmo após o fim da pandemia, enquanto quase 30% viajariam com menos frequência de avião.

Pegar o vírus é a maior preocupação que impede as pessoas de viajarem para o exterior, com 52% de participação entre os entrevistados. No entanto, as cinco outras preocupações com altas proporções de respostas também estavam todas relacionadas à pandemia.

A pesquisa também mostrou que Índia, Coreia do Sul e China tiveram o maior número de pessoas que decidiram viajar com menos frequência por qualquer meio, enquanto pessoas do Reino Unido, Grécia e Alemanha são as menos propensas a mudar de hábitos de viagem após a COVID-19.

Com informações do StockApps

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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