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Este é Cri-cri, o menor avião bimotor do mundo; você voaria em um desse?

O bimotor Cri-cri, em cena do vídeo que você vê abaixo nesta matéria – Imagem: kilrahvp, via YouTube

Uma boa parte das pessoas que viajam de avião em voos comerciais costuma não se sentir à vontade quando se trata de um modelo movido a hélices, e seu desconforto aumenta quanto menor for o tamanho do equipamento. Voar nos “Cessninhas” da aviação geral, então, é algo praticamente impensável.

Mas, no universo daqueles que estão lá na frente, aos comandos, é bem propício o bordão “tamanho não é documento”. Para a maioria absoluta dos pilotos, voar é um prazer independente de qual a máquina. E assim sendo, alguns projetos de avião são inusitadamente pequenos.

É o caso do Colomban Cri-cri, que detém, desde a década de 1970, o título de menor avião bimotor do mundo.

O Colomban Cri-Cri, também conhecido como Cricri, foi projetado no início da década de 1970 pelo engenheiro aeronáutico francês Michel Colomban. O nome do modelo vem do apelido de Christine, uma das filhas de Colomban.

O engenheiro projetou o Cri-cri para ser fácil de construir e voar, e a proximidade dos dois motores, em relação à linha central da aeronave, objetivava que ela pudesse ser pilotada por pilotos qualificados apenas para voar em aeronaves monomotor, porque mesmo com a falha completa de um motor, com as mãos e os pés fora dos controles, o único efeito seria uma curva suave.

O canopy (vidro ao redor do piloto) foi cuidadosamente projetado para direcionar o fluxo de ar de forma eficaz sobre as superfícies de controle da cauda, dando boa controlabilidade mesmo na situação de falha do motor.

A aeronave também foi projetada para ser fácil de armazenar em uma garagem e rebocá-la em um trailer, com montagem e desmontagem em apenas cinco minutos.

Suas dimensões são de apenas 4,9 metros de envergadura e 3,9 metros de comprimento, e seu peso vazio (sem combustível e sem o ocupante) é de apenas 78 kg. Em termos comparativos, um Cessna 152, por exemplo, modelo monomotor bastante comum nas escolas de aviação, tem 10,16 metros de envergadura, 7,34 metros de comprimento e 490 kg de peso vazio.

Um Cri-cri próximo ao trem de pouso de um avião comercial – Imagem: Michael Pereckas / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Por incrível que pareça, a primeira versão MC-10 do Cri-cri, com seus dois motores Rowena 6507J monocilíndricos de dois tempos, cada um com 6,7 kW (9,0 hp) de potência, mostrou-se capaz de fazer manobras acrobáticas de até +10g e -5g.

A última versão, MC-15, é alimentada por dois motores JPX PUL 212 de 11 kW (15 hp) cada, que o fazem voar a uma velocidade de cruzeiro de 100 nós (190 km/h) e ter um alcance de 250 milhas náuticas (460 km), com teto de serviço de 12.100 pés (3.700 metros).

E se para algumas pessoas já parece assustador voar em um avião tão pequeno, certamente elas devem achar ainda mais absurda a versão a jato do avião. Sim, existe o MC-15 jet, alimentado por dois motores turbojato PBS VB TJ20 de 210 newtons (47 lbf) de potência cada.

O modelo a jato é mostrado nos dois vídeos a seguir, o primeiro deles em um voo normal, e o segundo, em um voo acrobático:

Curioso, não é mesmo? Você gostaria de voar em um desses? Ou prefere ficar bem longe do Cri-cri?

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