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A estranha história do avião britânico preso na Nigéria por levar passageiros em um voo humanitário

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Diversas mídias têm divulgado, nos últimos dias, a informação de que autoridades nigerianas disseram que apreenderam uma aeronave britânica por violar as restrições de bloqueio de coronavírus, mas a história parece não ter pé nem cabeça.

Avião Boeing 737-800 Flair Airlines
Boeing 737 da Flair Airlines – Imagem: Brand03 [CC]

Segundo os reportes, o caso envolveria a Flair Aviation, uma empresa sediada no Reino Unido, que recebeu aprovação apenas para operações humanitárias, mas teria sido flagrada realizando voos comerciais com passageiros.

Até mesmo Sirika Hadi, ministro federal da aviação da Nigéria, publicou uma nota em rede social informando sobre a ocorrência.

Ele informa: ”A Flair Aviation, uma companhia do Reino Unido, recebeu aprovação para operações humanitárias, mas lamentavelmente nós os pegamos conduzindo voos comerciais. Isso é insensível! O avião está apreendido, a tripulação sendo interrogada. Haverá punição máxima. Momento errado para tentar nossa resolução!”

Mas, a história mostra-se bastante estranha, e por dois motivos principais.

Airlines ou Aviation?

O primeiro motivo é que todos os sites que têm divulgado a informação estão apresentando fotos da companhia aérea Flair Airlines (a companhia da imagem que você viu acima nesta matéria), que é uma empresa do Canadá, e não da suposta Flair Aviation britânica.

Mas dados do FlightRadar24 mostram que a companhia canadense tem voado ultimamente com três aviões Boeing 737-800, e nenhum deles dirigiu-se até a Nigéria recentemente.

Britânica ou alemã?

O segundo motivo é que a Flair Aviation, anunciada pelo ministro nigeriano, não é britânica, e sim alemã. E, mesmo que ele estivesse se referindo a ela por engano, a companhia não está mais ativa, segundo dados do Airfleets.

Por fim, ainda é possível verificar no Airfleets que há o registro da existência de uma companhia aérea do Reino Unido chamada Flairjet, com o histórico do uso de um Embraer 190 em sua frota. Porém, trata-se de mais uma empresa que também está inativa segundo o site de registros.

Uma história totalmente estranha, sem qualquer possibilidade de se entender qual é a companhia aérea ou qual a aeronave apreendida. Que bagunça!

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