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Europa estuda voos com apenas um piloto na cabine, enquanto o outro dorme

O debate de voos comerciais com apenas um piloto é antigo, mas a Europa parece estar avançando no tema.

Foto Ilustrativa – BjornPilot

Hoje em dia, por regra da maioria dos países, não são permitidos voos comerciais com apenas um piloto, seja por uma questão de redundância, de segurança ou de manual da aeronave. Em operações de jatos privados, por sua vez, isso tem diminuído, e hoje dia há jatos, como o Embraer Phenom 300, que permitem o voo com apenas um piloto.

Isso é possível devido ao nível de automação da aeronave, que reduz a carga de trabalho do piloto e o permite lidar sozinho com tudo, sem comprometer a segurança.

Nesta semana que passou, Patrick Ky, diretor da EASA, diz que isso também pode mudar na aviação comercial, mas uma maneira diferente que pensamos, ou seja, sem a “eliminação” completa do copiloto. Segundo ele contou ao FlightGlobal, a proposta seria aplicada às fases do voo onde “não necessariamente precisem de dois pilotos”. No caso, essa seria a fase de cruzeiro do voo, que tem a menor carga de trabalho.

Após ter o avião estabilizado, um dos pilotos iria para a área de descanso (conhecido como sarcófago) e descansaria por um tempo, enquanto o outro ficaria sozinho na cabine. Depois, as posições se trocavam. Desta maneira, não seria necessário (ou menos necessário) tripulações de revezamento com três ou quatro pilotos em voos longos.

Na Europa, como a foto do comandante Bjorn mostra no início desta reportagem, é permitido o Controlled Rest, ou descanso controlado, que é um “cochilo” dentro da própria cabine de comando, que ajuda o corpo a relaxar e a estar mais atento em fases mais críticas como o pouso. Ainda assim, o piloto precisa estar no cockpit.

Bjorn pilota o A350 na SAS, cujo voo mais longo (em época pré-pandemia) era o que ligava Copenhague a Chicago em 9h30, e no qual os pilotos dormiam em torno de 3 horas, sem a necessidade de ter três pilotos na tripulação do voo transatlântico.

Para a regulação avançar a esse novo patamar, segundo o chefe da EASA planeja, será necessário garantir que a aeronave tenha sistema de redundância para não sobrecarregar o piloto que fica na cabine, assim como meios para que, caso o piloto passe mal (fique incapacitado) ou tente afetar deliberadamente a segurança do voo, haja mecanismos para assegurar a retomada de controle da aeronave.

Uma data para início destas mudanças não está firmada, mas espera-se que em breve se iniciem estudos nos vários aspectos que cobrem a ausência de um dos pilotos na cabine.

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