FAA ordena que Boeing 787 seja reiniciado a cada 51 dias para evitar falhas graves

A Administração Federal de Aviação dos EUA classificou o risco como “potencialmente catastrófico” se a diretiva de reinicialização dos Boeing 787 Dreamliners não for seguida rigorosamente.

Avião Boeing 787 Dreamliner

Na comunicação oficial, a FAA ordenou que os operadores do Boeing 787 em todo o mundo desliguem e liguem suas aeronaves a cada 51 dias para evitar o que chama de “vários cenários de falha potencialmente catastróficos” – incluindo o colapso dos comutadores (switches) de rede a bordo.

diretiva de aeronavegabilidade, que deve ser aplicada a partir de 7 de abril, ordena que as companhias aéreas desliguem seus B787s antes que a aeronave atinja os dias especificados nas instruções originais do fabricante.

De acordo com a própria diretiva, se a aeronave estiver ligada por mais de 51 dias, isso pode levar à “exibição de dados enganosos” para os pilotos, incluindo dados de velocidade, altitude e indicações de operação do motor. Além disso, a sirene de aviso de estol e a sirene de velocidade excessiva (“overspeed”) também param de funcionar.

Essa situação alarmante surge porque, por razões que a diretiva não especificou, o sistema de núcleo comum (CCS) do 787 para de filtrar os dados obsoletos dos principais monitores de controle de voo e passa a mostrá-los aos pilotos. Para resolver o problema, a aeronave precisa ser completamente desligada antes de chegar aos 51 dias. 

É comum que os aviões comerciais passem semanas ou mais continuamente ligados devido às operações da malha aérea ou quando a fonte de energia terrestre é conectada durante a noite enquanto os limpadores e mantenedores fazem seu trabalho.

Muitos pilotos de companhias aéreas já conhecem essa falha no Dreamliner e talvez nem entendam o problema como “potencialmente catastrófico”. No entanto, obviamente, toda a falha pode sim ter suas implicações e devem ser corrigidas, embora, felizmente, o Boeing 787 tem se mostrado uma aeronave extremamente segura.

A Airbus sofreu de problemas semelhantes com o A350, com um bug relativamente recente, porém corrigido, que forçava a reinicialização dos aviões a cada 149 horas.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias