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Após pedidos, empresa explica que não pode vender peças de seu avião a colecionadores

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Avião Airbus A319 Finnair
Imagem: Anna Zvereva / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Após ter anunciado a reciclagem de uma de suas aeronaves Airbus A319, a primeira operação deste tipo a ser feita na Finlândia, a companhia aérea Finnair recebeu várias consultas sobre a possibilidade de compra de peças, pois existem empresas que fabricam chaveiros e outros pequenos itens colecionáveis ou decorativos de aeronaves antigas.

Mas, para a infelicidade dos interessados, a companhia explica os motivos que fazem com ela não possa, em seu país, proceder com o repasse das partes do A319 a terceiros.

Segundo a Finnair, desmontar peças de aeronaves e removê-las do uso da aviação é estritamente controlado e regulamentado na Finlândia, assim como também ocorre no Brasil e em diversos países com controle sério do segmento de manutenção aeronáutica. Dessa forma, a venda de peças de aeronaves é proibida pela autoridade de aviação daquele país, a Traficom.

“Quando se trata de reutilização e reciclagem de peças e componentes de aeronaves, seguimos as normas e regulamentos da Traficom. A autoridade de aviação visa garantir que as peças da aeronave não acabem nas mãos erradas ou em aeronaves que ainda estão sendo usadas”, diz a Finnair em seu comunicado.

A companhia relata que somente pode vender peças de aeronaves para corretores especializados, pois ela é a responsável ​​por garantir que as peças removidas sem procedimento específico de inspeção de qualidade ou defeituosas não sejam usadas em outras aeronaves.

Além disso, a próxima etapa do processo de reciclagem já foi acordada e planejada com o parceiro externo do projeto, pois, como esta é a primeira vez que uma aeronave comercial é reciclada na Finlândia, o objetivo deste projeto-piloto é obter uma visão de todos os materiais que podem ser extraídos da aeronave e quanto deles pode-se reciclar.

“O cronograma do projeto é apertado e não permite mudanças de última hora. A desmontagem começou no aeroporto de Helsinque em fevereiro e nosso parceiro pretende concluir o trabalho no final de março ou início de abril”, declara a Finnair.

O que acontece com as partes da aeronave?

A companhia finlandesa informa que consegue usar peças removidas em outras aeronaves após uma inspeção e revisão completa. Existem cerca de 2.000 peças no A319 que podem ser usadas no restante da frota.

Motores, trens de pouso, unidade de energia auxiliar (APU) e aviônicos podem ser usados ​​no trabalho de manutenção da Finnair. Também elementos menores, como coberturas de assento ou cortinas de cabine, podem ser reutilizados.

Quando a Finnair remove as peças e componentes de que precisa para sua frota operacional, o resto da aeronave vai para o parceiro externo de reciclagem. Plásticos e metais são separados dos fios elétricos e os materiais serão reciclados.

Muitas outras peças serão utilizadas como matéria-prima por outras indústrias. O alumínio da fuselagem da aeronave, por exemplo, pode ser usado em latas de refrigerante. Resíduos perigosos, como combustível de aviação e fluido hidráulico, serão eliminados por queima.

Segundo a companhia, cerca de 90 a 95% das peças e componentes do Airbus A319 podem ser reutilizados ou reciclados. Com aeronaves mais novas, esse valor chega a até 98%.

Informações da Finnair

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