O bilionário fundador da easyJet, Sir Stelios Haji-Ioannou, está ameaçando pedir a remoção da maioria de seus membros do conselho, a menos que eles cancelem um pedido de aeronaves de 4,5 bilhões de libras, que ele alertou que poderia ameaçar o futuro da empresa aérea em meio à pandemia de coronavírus.
Uma carta de várias páginas, à qual a Sky News teve acesso, teria sido enviada no domingo por Sir Stelios a John Barton, presidente da companhia aérea de baixo custo. Nela, o fundador da low-cost diz que convocará uma assembléia geral extraordinária (AGE) a cada sete semanas para pedir a remoção de seus diretores não-executivos.
O empresário argumenta que há falta de transparência na easyJet sobre o pedido de 107 aviões da Airbus, o que ele classificou como “simplesmente destruidor de valor para os acionistas”. Juntamente com outros membros da família, Sir Stelios possui pouco menos de 34% das ações da empresa.
Ele deu até um prazo. Segundo a carta, que você lê integralmente abaixo, caso ele não seja atendido até o meio-dia da quarta-feira, ele iniciará um programa contínuo de convocação de AGEs a cada sete semanas para tentar remover cada um dos diretores não executivos da easyJet – começando com Andreas Bierwith.
Retomada lenta
Nesta segunda, a EasyJet aterrou toda a sua frota e alertou que não poderá mais dar orientação aos investidores sobre seu desempenho financeiro este ano por conta da pandemia do novo Coronavírus. Sir Stelios, por sua vez, disse que a encomenda dos aviões traz à easyJet uma ameaça existencial nesse momento crítico.
“Mesmo com a retomada do tráfego aéreo, a receita provavelmente será muito baixa para acompanhar as despesas e provavelmente tornaria a easyJet insolvente se tiver que continuar pagando à Airbus por mais aeronaves”, escreveu ele.
A declaração de guerra de Sir Stelios ao conselho da easyJet ocorre poucos dias depois de receber um pagamento de dividendos de £60 milhões da companhia aérea.
