Fundador da falida Air Italy registra a marca Italian Airways e quer voar E-Jets

Do mesmo fundador da Air Italy, nasce a ideia da Italian Airways, ou melhor “italian airways”, com todas as letras minúsculas como bem destaca a matéria de hoje no popular Corriere della Sera, o maior jornal italiano. Mas o conceito vai muito além disso e o periódico ainda destaca o detalhe verde e vermelho da bandeira tricolor na primeira palavra, compondo as letras “L” e “I”.

Um conceito de pintura para um Airbus A330 também circula na internet. Curiosamente, uma busca por esse design nos levou ao site 99designs, que nada mais é do que um marketplace que congrega designers do mundo todo para executarem GIGs (trabalhos pontuais) sob demanda de clientes. Convenhamos que é algo muito aquém do esperado para uma empresa que deseja voar widebodies.

Mas isso não importa. O relevante agora é saber que o Corriere descobriu que a Italian Airways já tem uma marca na Europa desde 28 de maio, num processo conduzido em silêncio num momento conturbado da aviação mundial. Por trás do registro está Giuseppe Gentile, o “comandante”, um empresário italiano, conhecido no setor por ter fundado a Air Italy em 2005.

O projeto

A ideia de criar a Italian Airways remonta de 2018, diz o Corriere, que entrevistou o braço direito do “comandante” na época, o qual deu algumas ideias sobre o que deveria ser a empresa. Naquele momento, a base seria no aeroporto de Bergamo-Orio al Serio, de onde teria poucas rotas de longo curso com o Boeing 777 alugado, além de um acordo comercial com a Ryanair onde a última faria o papel de feeder para seus aviões (um acordo que a transportadora irlandesa negou na época).

Agora, a ideia mudou completamente e o foco estaria numa frota pequena de aeronaves Embraer para 100 passageiros, que fariam voos domésticos e regionais. A base permaneceria em Bérgamo. “Investir em transporte aéreo hoje pode parecer uma aposta, mas acho que é uma boa oportunidade”, explicou Gentile em entrevista no mês passado, diz o Corriere.

Ainda se sabe pouco da empresa e eles parecem estar trabalhando, mas há um caminho a ser percorrido, já que a Autoridade Nacional de Aviação Civil ainda não lhe concedeu o Certificado de Operador Aéreo (COA), um documento essencial para voos comerciais. E conquistar tal documento é uma tarefa que requer bastante empenho.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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