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Gol divulga prejuízo de R$ 1,2 bi no segundo trimestre e dá perspectivas de futuro

A GOL Linhas Aéreas Inteligentes anunciou hoje (29) o resultado consolidado do segundo trimestre de 2021 (2T21), detalhando também suas iniciativas em resposta à pandemia de Covid-19. Tais indicadores ajustados excluem os gastos relacionados ao percentual da frota não operacional que a GOL manteve em solo nesse período. As comparações são em relação ao segundo trimestre de 2020 (2T20), exceto quando especificadas de outra forma.

Sumário dos Resultados do 2T21

– O número de Passageiro-Quilômetro Transportado Pago (RPK) aumentou 344% comparativamente ao 2T20, totalizando 3,4 bilhões (-63% vs. 2T19);

– O Assento Quilômetro Ofertado (ASK) aumentou 307% em relação ao 2T20 (-65% vs. 2T19);

– A GOL transportou 2,9 milhões de Clientes no trimestre, um aumento de 366% versus o 2T20 (-64% vs. 2T19);

– A receita líquida foi de R$1,0 bilhão, um aumento de 187% em relação ao 2T20 (-67% vs. 2T19). As outras receitas (principalmente cargas e fidelidade) totalizaram R$141 milhões, equivalente a 13,7% das receitas totais;

– A Receita Líquida por Assento Quilômetro Ofertado (RASK) foi de 25,50 centavos (R$), redução de 29,5% em relação ao 2T20. A Receita de Passageiros Líquida por Assento Quilômetro Ofertado (PRASK) foi 22,01 centavos (R$), queda de 10,5% em relação ao 2T20;

– O Custo por Assento Quilômetro Ofertado (CASK) foi de 42,47 centavos (R$), 46% menor em comparação ao mesmo período do ano anterior para bases nominais, e 45% menor excluindo a variação cambial entre os períodos. Os custos incorridos estritamente relacionados aos voos operados (CASK ajustado) corresponderam a 21,94 centavos (R$), uma redução de 36% para bases nominais e 34% menor excluindo a variação cambial;

– O EBIT ajustado foi de R$144 milhões, correspondendo a uma margem de 14%, o que demonstra o restabelecimento das margens operacionais necessárias para suportar o crescimento da operação. O EBITDA ajustado atingiu R$222 milhões, com margem de 22% evidenciando os bem-sucedidos esforços de sustentabilidade, com equilíbrio entre oferta e demanda;

– O prejuízo líquido após participação de minoritários foi de R$1,2 bilhão, excluindo variações cambiais e monetárias, despesas líquidas não recorrentes, ganhos relacionados a Exchangeable Notes e resultados não realizados de capped calls;

– Yield médio por passageiro de 25,86 centavos (R$), redução de 18% em comparação ao 2T20, principalmente em função do maior volume de RPKs em comparação ao 2T20, período com menor nível de operação caracterizado pela “malha essencial” do início da pandemia e por consequência do agravamento da segunda onda da Covid-19 que impactou especialmente as operações da GOL em abril e maio de 2021;

– Taxa de ocupação média de 85,1%, um aumento de 7,0 p.p. em relação ao 2T20, principalmente em decorrência da prudente gestão de oferta, adicionando capacidade em equilíbrio com os sinais da demanda e o data analytics proprietário da GOL;

– Utilização de aeronaves de 8,0 horas/dia, uma evolução de 23,1% em relação ao 2T20, consistente com a estratégia da Companhia de adicionar capacidade conforme os sinais da demanda; e

– Pontualidade de 96,3%, um aumento de 0,2 p.p. em comparação com o 2T20, de acordo com a Infraero e dados fornecidos pelos principais aeroportos.

Os resultados completos podem ser acessados no site de Relações com Investidores da GOL.

Temas recentes

VENDAS: As vendas brutas consolidadas atingiram aproximadamente R$1,7 bilhão no 2T21. As vendas médias diárias da GOL foram de R$18 milhões, as quais representam cerca de 54% dos níveis de venda pré-pandemia, R$60 milhões acima
do 1T21 e 137% acima do 2T20. Um trimestre tradicionalmente fraco se mostrou um período de retomada para o setor, que voltou a crescer em linha com a tendência de queda de casos de Covid-19, especialmente a partir de junho/21. Durante a pandemia, a GOL manteve sua diretriz de gestão de receita com uso intensivo de tecnologia; a Companhia sustentou a ocupação das aeronaves acima de 80%, mesmo no auge da crise, por meio de software robusto e data analytics.

MALHA E FROTA: Atualmente, a frota da GOL conta com 94 aeronaves dos modelos 737-800, 23 aeronaves 737-700 e 10 aeronaves Boeing 737 MAX. Em junho, a GOL deu início às operações do Boeing 737 MAX 8 em Congonhas (SP), um dos mais importantes e movimentados aeroportos do País. Como consequência de sua flexibilidade, a malha da GOL foi redesenhada com foco na demanda de lazer, principalmente na região Nordeste do Brasil, através do hub da Companhia em Salvador.

MAP: A GOL recentemente anunciou a aquisição da MAP Linhas Aéreas, uma empresa aérea brasileira doméstica com rotas para destinos regionais e do Aeroporto de Congonhas, com o objetivo de expandir malha e capacidade, a medida em que busca revitalizar a demanda por viagens de lazer e negócios. Com essa aquisição, a Companhia investe ainda mais no mercado de transporte aéreo regional, com destaque para a região Amazônica do Brasil. O acordo de aquisição se alinha a tradicional flexibilidade GOL, uma vez que não existem compromissos quanto à frota e pessoal da MAP.

Experiência do Cliente: A Companhia se destaca pelo relacionamento humano e inteligente, importantes direcionadores que proporcionam a melhor experiência para os Clientes. O Net Promoter Score (NPS) da GOL foi de 43 no trimestre, uma sólida métrica resultante do produto best-in-market e do elevado engajamento da equipe de atendimento ao Cliente, bem como de todo o time.

Liquidez: A Companhia amortizou aproximadamente R$450 milhões de dívida no segundo trimestre de 2021 e ao mesmo tempo, liberou ativos de valor de mercado de US$250 milhões, demonstrando seu comprometimento no fortalecimento de seu balanço em meio a períodos desafiadores para estrutura de capital. A Companhia antecipa que a aquisição da participação acionária da Smiles detida pelos acionistas minoritários irá potencializar a geração de caixa e melhorará a capacidade creditícia da GOL.

Considerando os valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados, as fontes potenciais de liquidez da Companhia resultam em aproximadamente R$5 bilhões de liquidez acessível. O prazo médio de vencimento da dívida de longo prazo da GOL, excluindo arrendamento de aeronaves e notas perpétuas, é de aproximadamente 3,4 anos, com as principais obrigações já endereçadas no fluxo de caixa da GOL. A relação dívida líquida (excluindo as Exchangeable Notes e os bônus perpétuos) sobre EBITDA UDM ajustado foi de 10,1x em 30/06/21, representando a menor alavancagem financeira entre seus pares.

Ademais, a Companhia tem trabalhado para fortalecer margens, e manteve seu custo fixo reduzido em comparação ao pré-pandemia, além de converter seus custos fixos de folha e arrendamento para variável. A forte e ágil resposta à pandemia em termos de liquidez foi possível devido ao trabalho de fortalecimento do balanço dos últimos 5 anos que a Companhia conduziu de maneira diligente e contínua.

Leasing: Durante o segundo trimestre, a GOL manteve a flexibilidade pela vigência de seus contratos de pagamentos mensais fixos permanecendo-se variáveis (power-by-the-hour). Os acordos firmados com seus arrendadores permitem a extensão no prazo dos diferimentos de forma a serem ajustados proporcionalmente à recuperação da capacidade durante o ano de 2021, possibilitando um menor volume de pagamentos. A gestão eficiente dos contratos de arrendamento permitiu que a companhia registrasse o menor endividamento de sua frota perante seus pares locais e com o menor compromisso de dólares por aeronave.

Sustentabilidade: A Companhia investe em diversas iniciativas para amenizar seu impacto ambiental. A GOL foi a primeira empresa aérea da América Latina a estabelecer o compromisso de neutralizar suas emissões de carbono até 2050, por
meio da utilização de alternativas sustentáveis de combustível de aviação, ou SAFs (Sustainable Aviation Fuels) e por melhorias operacionais e técnicas que reduzem as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa), alinhado às diretrizes da IATA e do Esquema de Compensação e Redução de Carbono para Aviação Internacional (CORSIA).

Além disso, como anunciado no segundo trimestre, ela é a primeira empresa aérea a disponibilizar a possibilidade de seus Clientes realizarem a compensação de carbono de suas viagens por meio de uma parceria com a MOSS Earth, plataforma ambiental de crédito de carbono. A compensação é realizada com a compra do MCO2, o crédito de carbono da MOSS, que é token global lastreado em blockchain. A transação neutraliza a emissão de carbono emitido em voo a partir do apoio a projetos de conservação certificados com atuação na região de Amazônia

O que a GOL espera de 2021

O 2T21 foi marcado por três temas relevantes:

PRIMEIRO, a resiliência do mercado brasileiro de viagens aéreas. A demanda por transporte aéreo no Brasil está se recuperando rapidamente em função da consistente queda nos casos e fatalidades de Covid-19 desde 24/6/2021, com redução de mais de 2% ao dia nas novas transmissões registradas no País, e um declínio de casos em todos os estados brasileiros.

Essa tendência está impulsionada pela maior disponibilidade de vacinas no segundo trimestre; em 30/6/2021, mais de um terço da população brasileira havia recebido pelo menos uma dose de uma vacina, e mais de 12% totalmente vacinados.

“Os brasileiros não hesitam quanto a serem vacinados. 92% das pessoas com mais de 60 anos já receberam a primeira dose e 59% estão totalmente vacinados”, disse Paulo Kakinoff, CEO. “Estamos confiantes de que aproximadamente 85% das pessoas acima de 30 anos no Brasil estarão imunizadas ao final do terceiro trimestre deste ano, um grupo demográfico que representa atualmente mais de 98% dos casos graves de Covid-19 no Brasil. Esse progresso na vacinação é promissor para a recuperação contínua da economia doméstica e o aumento na demanda de viagens, à medida em que os brasileiros se sentirem seguros para retornar às suas rotinas normais”.

SEGUNDO, a gestão disciplinada do yield (rentabilidade) da GOL levou a companhia a, de forma contínua e ágil, preservar o equilíbrio entre capacidade e demanda no segundo trimestre, mantendo elevados os seus yields e taxa de ocupação, bem como
minimizando o consumo de caixa. Concomitantemente com essa gestão, a GOL levantou capital durante a pandemia por meio de uma captação de R$423 milhões em novas ações, 63% ancorada por seu acionista controlador, e uma emissão de capital de R$607 milhões como parte do R$1,3 bilhão para a aquisição da participação minoritária de seu programa de fidelidade, Smiles.

Kakinoff continuou, “Ao longo da pandemia, executamos uma estratégia robusta para garantir liquidez, proteger o relacionamento com todos os nossos principais parceiros de negócios, cuidar de nossos colaboradores, preservar a vantagem de custo da companhia e minimizar a diluição para nossos acionistas. Essas bem implementadas iniciativas posicionam vantajosamente a GOL para criar significativo valor para os acionistas no cenário pós-pandemia. No 2T21 a GOL apresentou de forma sistemática uma eficiência de mercado superior aos competidores, o que reforça o nosso
compromisso em equilibrar o tamanho da oferta de assentos com a projeção preditiva de demanda
”.

TERCEIRO, a rota da GOL para prosseguir seu crescimento sustentado. A GOL possui um conjunto de produtos, malha aérea, jornada do cliente personalizada, modelo de negócios de baixo custo, menor alavancagem financeira entre seus pares, e compromisso com a criação de valor aos acionistas. A companhia considera que essas vantagens serão essenciais para incentivar o retorno aos céus dos viajantes a negócios, que costumavam responder por 50% da demanda por viagens aéreas no Brasil.

A expansão de setores chaves como de petróleo e gás, infraestrutura, agronegócio, serviços e imobiliário comporá uma porção significativa do crescimento da economia brasileira e de viagens de negócios pós-pandemia. Essas indústrias demandam que executivos e colaboradores tenham um número maior de interações pessoais e visitas presenciais do que em outros setores, onde é mais fácil conduzir negócios virtualmente. Embora a demanda geral do mercado por viagens aéreas em julho tenha atingido cerca de 70% dos níveis anteriores à pandemia, o segmento de negócios está apenas agora começando a se recuperar.

“Com base em nossas expectativas sobre o avanço da vacinação no Brasil, prevemos que as viagens a negócios voltarão a apresentar uma recuperação acentuada a partir do 1T22. Quando isso acontecer, aumentaremos a malha da GOL para permitir altas frequências nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, restaurando as rotas aos níveis pré-pandemia. A GOL também retomará os voos internacionais a destinos na América do Sul e nos EUA com gestão disciplinada da capacidade e seguindo as restrições e regras de compliance de cada país. Até o final deste ano,
retornaremos os voos para o Caribe, cujas passagens já estão disponíveis para compra no site da Companhia. Em julho/21 atingimos um volume diário de vendas de R$26 milhões, o maior valor desde 12/3/2020, e apenas inferior ao Black Friday
do ano passado”
, Kakinoff concluiu.

O quadro abaixo mostra as expectativas da GOL para os próximos meses do ano.

Informações da Gol

https://aeroin.net/dados-da-gol-mostram-melhora-superior-a-50-na-aviacao-do-brasil-em-julho/

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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