Um executivo da GOL afirmou que a empresa irá utilizar um banco estatal americano para financiar as entregas do Boeing 737 MAX. A declaração foi dada por Richard Lark, Presidente Financeiro da GOL, para o Airfinance Journal.
Segundo Lark, se a empresa voltar a receber os jatos 737 MAX direto da Boeing, isto é, sem intermediadores como lessores, irá utilizar como financeira o US Export-Import Bank (ou simplesmente Ex-Im Bank). Este banco estatal americano atua como uma agência independente e financia venda de produtos americanos, similar ao que o BNDES faz para impulsionar as empresas nacionais, com algumas linhas de crédito específicas.
“Se recebermos as aeronaves que restam, iremos contar primeiramente com o US Export-Import como garantidor do financiamento, utilizando também os restantes 15% do nosso caixa”, afirmou o executivo.
Lark destaca que, após fecharam um acordo com a Boeing envolvendo a paralisação do 737 MAX e toda crise gerada pelo Covid-19, a empresa não tem obrigação de receber novos aviões até 2022.
“Nós reduzimos nossos pedidos firmes de 139 para 95 aeronaves, e temos a flexibilidade de reduzir ainda mais. Nós eliminamos a obrigatoriedade de receber aviões nos próximos dois anos e recebemos R$500 milhões de reembolso compensatório”, conclui Richard.
Lembrando que, em março, a GOL chegou a um acordo de compensação pela paralisação dos Boeing 737 MAX e de reestruturação da carteira de pedidos, pelo qual recebeu R$ 500 milhões em dinheiro em abril e retém um valor presente total de R$1,9 bilhão a receber nos próximos anos. A companhia não tem pagamentos planejados de novas aeronaves nos próximos 24 meses.
A GOL quer fechar o ano com 124 aeronaves, 13 a menos que 2019. Este ano, a companhia chegou a receber três jatos 737 NG oriundos da falida indiana Jet Airways, como medida para compensar a paralisação do 737 MAX, mas devolveu 16 jatos devido à crise do coronavírus.