Governo de Cabo Verde quer voltar a ter o controle sobre sua empresa aérea nacional

Foto de Standuvall, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia

O governo das Ilhas de Cabo Verde quer se livrar da Icelandair e voltar a ter o controle da companhia aérea nacional. Há dois anos, a empresa islandesa assumiu os negócios com a premissa de desenvolver o transporte aéreo no arquipélago e conectá-lo ao mundo, mas a pandemia acertou esses planos em cheio.

Apesar de um país ser gelado e outro ser quente, a semelhança entre Islândia e Cabo Verde reside no fato de serem países insulares e que dependem de boas conexões aéreas. Foi daí que se observaram as sinergias que tornaram o negócio viável há quatro anos, quando a Loftleider, empresa controladora da Icelandair, conseguiu um contrato para gerir a Cabo Verde Airlines. Dois anos depois, os islandeses se tornavam os principais acionistas com 51% das ações.

No entanto, o governo cabo-verdiano já não tem mais a mesma empolgação quanto à presença dos islandeses, por acreditar que a crise afugentou os planos de investimento que poderiam fazer crescer a Cabo Verde Airlines. O governo também comenta que alguns acordos não foram cumpridos e que, por isso, quer nacionalizar novamente a empresa o quanto antes, sob o argumento de proteger os “interesses nacionais”. 

Depois disso, a companhia aérea nacional deve ser reestruturada para que possa cumprir as suas obrigações com credores e fornecedores e retomar as operações. A Cabo Verde Airlines pretendia recomeçar no dia 18 de junho, mas um litígio com a operadora aeroportuária estatal e o controle de tráfego aéreo a impediu.

De qualquer forma, nem todos parecem felizes com a ideia da estatização. Segundo reporta o Africa21, a administração da empresa aérea se mostrou surpresa pelas declarações do governo, dando a entender que o jogo ainda não está adequadamente combinado entre as partes.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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