Grande companhia aérea abre seleção para pilotos, mas só dois candidatos aparecem

A volta da demanda por viagens nos Estados Unidos gerou grandes anúncios de contratações de pilotos e outros profissionais. No entanto, uma aérea tem sofrido para recrutar profissionais.

E aqui não falamos de “qualquer” grande empresa aérea, mas da Atlas Air, maior operadora do avião Boeing 747 no mundo, com 42 jatos do modelo nas versões -400, -400F e -8F. A empresa atua principalmente no ramo de cargas, inclusive com voos regulares para o Brasil, mas também possui aeronaves de passageiros com as quais faz fretamentos a partir dos EUA.

Apesar de carregar em si o nome do “deus dos céus e da astronomia”, que na Mitologia Grega foi condenado a “segurar os céus”, a Atlas Air não tem conseguido segurar os seus pilotos.

Como mostramos aqui no mês passado, a empresa tem perdido, mês a mês, pilotos para as concorrentes por motivo de salário. A empresa cresceu muito na pandemia, quando a demanda por transporte de carga aérea explodiu. Mesmo com lucros altos, a empresa deu apenas um pequeno reajuste de 10% para seus pilotos, ficando ainda muito abaixo das médias das concorrentes diretas e até das linhas de passageiros.

Com isso, os pilotos começaram a sair da empresa à medida que congêneres, principalmente de passageiros, voltaram a contratar e oferecer condições melhores.

Tal situação teria sido confirmado novamente agora. Com a saída de pilotos e a demanda ainda crescendo, a Atlas abriu seleção, mas apenas dois candidatos apareceram. A informação foi divulgada pelo portal Aero Crew News, replicando nota do Sindicato de Pilotos da Atlas Air, que é vinculado à central sindical dos caminhoneiros, a maior entidade sindical dos EUA.

Segundo o sindicato, já foram 265 pedidos de demissão de pilotos na Atlas Air neste ano, enquanto que a sala de recrutamento ficou praticamente vazia na última segunda (2), com apenas um par de candidatos, “que provavelmente foram contratados sem muito questionamento”.

A empresa tem aberto vagas para primeiros-oficiais (copilotos) para todos os seu aviões: os Boeings 737, 767, 747 e 777. Os mínimos exigidos estão dentro do padrão da indústria, que sempre procura por pilotos oriundos das empresas aéreas regionais.

A empresa, em seu balanço financeiro, afirma que está negociando com o sindicato ajustes no pagamento e maiores compensações, mas até agora o acordo não foi fechado e nenhum percentual de aumento foi divulgado.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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