GRU Airport leva “loucos por aviões” até a pista de pousos e a um tour inesperado pelo aeroporto

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Os sorrisos nos rostos desses loucos por aviação acima, bem como o seu pano de fundo, eternizados pela foto, resumem bem o que foi o evento organizado nesse sábado, 14 de dezembro, pela equipe de comunicação e imprensa do Aeroporto Internacional de São Paulo, o GRU Airport.

Normalmente, os “spotters”, forma como os fotógrafos de aviação costumam ser chamados, estão habituados a passar perrengues para alimentar seu hobby na busca pela melhor foto. Isso inclui se meter no meio do mato, deitar na terra ou até mesmo ter que dar explicações à Polícia sobre seu incomum passatempo, embora seja absolutamente legal.

Mas hoje isso não foi necessário, muito pelo contrário. Talvez o único esforço tenha sido chegar ao aeroporto às 4 horas da manhã, mas isso eu poderia apostar que não foi sacrifício nenhum, em vista ao que havia de vir. Para corroborar com isso, ouvi que alguns ali viraram a noite no terminal, fazendo fotos noturnas enquanto esperavam o horário do encontro. E eu posso também concluir que, quando se fala de paixão, não há tempo ruim ou sacrifício impossível.

Um lugar especial próximo da pista

Após um rápido credenciamento e a garantia de que todos estavam uniformizados com a camiseta do evento, o time de segurança de operações do GRU Airport levou aos mais ou menos 80 amantes de aviação para uma posição cômoda e especial, bem próxima da principal pista usada para pousos no aeroporto, a 09R (ou 09 direita).

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Depois disso, foram várias horas dedicadas à paixão da fotografia de aviação, com os “spotters” notavelmente deleitados pelo ângulo especial, tão próximo das aeronaves. Enquanto uns fotografavam incansavelmente a uma taxa de 30 fotos por avião, outros concentravam-se em vídeos. Nos intervalos entre uma ação e outra, uma selfie com o GRU Airport de fundo era um convite irrecusável.

Eu confesso que sou econômico nas minhas fotos e não gasto o botão de captura da câmera com cinquenta fotos do mesmo avião, mas, mesmo assim, saí de lá com 750 fotos na bagagem. Se pensarmos nessa média e a extrapolarmos para todo o público do evento, podemos dizer que foram feitas mais de 60.000 fotos. O mais incrível é pensar que cada foto dessas mais de sessenta mil é única, já que o olhar do fotógrafo é considerado uma “identidade”, onde cada um tem a sua.

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Talvez, se estivesse um dia de céu claro, ao invés de nublado como hoje, tivéssemos um número ainda maior de imagens. Embora eu sinceramente acredite que o fato das nuvens estarem bem altas e os aviões bem iluminados encorajou os fotógrafos a não economizarem nos cliques.

Missão cumprida, mas espere aí…

Quando os ônibus do aeroporto regressou para buscar o grupo, houve um misto de suspiros, por estar acabando, com satisfação. Mas aí entrou o fator surpresa, sobretudo quando a equipe o aeroporto conduziu o pessoal por um tour especial através dos pátios do aeroporto.

Com paradas durante o caminho de volta ao Terminal 1, o GRU Airport conseguiu deixar o “gostinho de meta batida”, como disse uma das participantes do evento. Foram várias “escalas” até voltarmos, incluindo paradas nos hangares da Latam e da American, no pátio de estacionamento do grandes aviões das empresas europeias, no Boeing 747-8 e, finalmente, no 777-300 da Latam com a pintura de Star Wars.

Mas eu honestamente tive a impressão de que esses loucos por aviões ficaram ainda mais “loucos” quando paramos em frente ao clássico DC-8 da finada Beta Cargo, que hoje está abandonado ao tempo numa posição até meio escondida do aeroporto. Além de ser um avião raríssimo nos dias de hoje, para registrá-lo, somente é possível a partir do pátio.

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Por fim, mas igualmente importante, houve uma recepção com café da manhã e opções de doces e salgados, para que os fotógrafos pudessem reaver suas energias.

Como o evento é organizado?

O evento deste sábado foi focado nos fotógrafos de aviação cadastrados junto ao GRU Airport, a partir de um processo de seleção, que leva em considerando o tempo de prática do hobby e a assiduidade, em vista ao limitado número de cadastros (hoje há mais de 200).

Como há restrição de quantidade de cadastros e, mais ainda de pessoas que podem acessar o pátio ao mesmo tempo, eu acredito que não faz sentido registrar como spotter alguém que fotografa apenas uma vez por ano ou que apenas aparece no aeroporto em dia de evento. Atendido esse requisito, daí em diante não importa se fotografa com câmera profissional, semi, comum, celular, se é novo ou velho, o que vale é a assiduidade e a paixão.

No entanto, dúvidas relacionadas ao processo de cadastro podem ser endereçadas ao GRU Aiport através de um e-mail específico de relacionamento com spotters.

Quem são esses loucos por aviões?

Obviamente que o termo “loucos” é apenas uma figura de linguagem, já que são pessoas comuns que nutrem a paixão pela aviação e podem trabalhar nela ou não.

A palavra spotter, em tradução literal, tem o significado de observador. Na aviação, o termo ganha a variação: planespotter, ou algo como observador de aviões. O hobby do spotting é bastante praticado em diversos países e tem crescido também no Brasil, com milhares de adeptos. Há sites específicos do gênero no mundo como o Airliners, JetPhotos, etc. Os spotters podem tanto observar a movimentação das aeronaves quanto registrar por fotografias ou vídeo as operações que envolvem a aviação.

Há uma lenda de que o termo surgiu na Segunda Guerra Mundial, quando alguns países, que sofriam ataques de bombardeiros alemães, começaram a encarregar cidadãos para observarem a movimentação de aeronaves, lançando um alerta no caso de aproximação de bombardeiros, mas isso nunca foi confirmado.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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