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Há 52 anos, decolava pela 1ª vez o mítico Concorde

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Avião Concorde
O primeiro voo do Concorde – Imagem: André Cros / CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Há 52 anos, neste dia 2 de março, a aeronave supersônica Concorde de origens britânica e francesa realizava seu primeiro voo em Toulouse, na França.

Em uma tarde de domingo de 1969, precisamente às 15h30, com a presença em massa de jornalistas e espectadores, a grande maravilha tecnológica denominada “Concorde 001” alçou seu primeiro voo, sob o comando do piloto de testes André Turcat, juntamente com o copiloto Jacques Guignard, o mecânico Michel Rétif e o engenheiro Henri Perrier.

A grande maravilha e símbolo tecnológico da época deixou seu hangar, para correr pela pista os alcançar os céus daquele importante e marcante dia, no sudoeste da França.

“Concorde flies at last!” (O Concorde voa finalmente!). Assim anunciou, com a voz emocionada, o locutor da BBC Raymond Baxter.

Os espectadores daquela tarde ouviam um rugido diferente daqueles que se costumava escutar. Os 4 motores Rolls-Royce / Snecma Olympus 593 lançavam seus gases rumo ao futuro, apesar de todo o peso dos adiamentos de voos testes. Mas, com os custos de desenvolvimento, que beirariam os US$ 500 milhões inicialmente esperados, pulando para mais de US$ 2 bilhões, o emocionalismo do Concorde começaria logo a desaparecer.

Ainda assim, hoje, 52 anos após seu primeiro voo e 18 anos depois de voar pela última vez, o Concorde continua um ícone. A simples menção de seu nome pode causar um certo brilho nos olhos de fãs dedicados.

O Projeto

O Concorde foi um projeto franco-britânico lançado em 29 de novembro de 1962, entre a British Aircraft, a Rolls Royce e a Aerospatiale mais a SNEC-MA, que enfrentou diversos problemas desde seu início.

As empresas, British Aircraft Corporation e Sud-Aviation não se colocavam de acordo sobre as particularidades da aeronave. A British Aircraft Corporation apoiava um avião de longo alcance capaz de cruzar o Atlântico, enquanto a Sud-Aviation defendia uma aeronave de médio alcance à imagem e semelhança de seu famoso Caravelle.

Até o próprio nome do projeto foi motivo de desavença, entre “Concord”, à inglesa, e “Concorde”, à francesa. Em 1967, o britânico Tony Benn, secretário de Estado de Tecnologia, resolveu a questão dizendo que seria adicionado ao final um “e” de “excelência”, “England” (Inglaterra), “Europa” e “entendimento cordial”.

Para o que veio?

Muito mais do que sua aparência diferente à época, o Concorde veio para se tornar um ícone, exclusivamente para ricos e famosos, cruzando continentes numa velocidade que superava os 2.400 km/h e voando a mais de 20.000 metros de altura.

Podia-se ir de Paris a Nova Iorque em pouco mais de 3 horas, o que na época e até mesmo nos dias atuais causa espanto, tamanha rapidez e performance.

O supersônico ainda foi o primeiro jato de passageiros a dispor a sistema fly-by-wire, ou sistema de controle por cabos elétricos, e também foi a primeiro a empregar circuitos híbridos, com controles computadorizados do motor, e a usar a eletrônica de maneira tão extensiva.

Operações

Mesmo sendo uma maravilha tecnológica na época, o Concorde acabou sendo um fracasso comercial.

Com cerca de 100 unidades encomendadas no início do projeto, feitos por diferentes e importantes companhias aéreas, tais como Japan Airlines, Lufthansa, American Airlines, Qantas e TWA, acabou recebido apenas pelas duas companhias que faziam parte do projeto.

Depois de realizar seu primeiro voo em 1969, dois anos depois, em 1971, o protótipo 001 começou a realizar turnês de demonstrações pelo mundo, onde acabou acumulando cerca de 60 pedidos.

No entanto, diversos cancelamentos começaram a surgir devido a fatores como a crise na época, a alta do petróleo, adversidades financeiras por parte dos parceiros, etc. Por fim, apenas Air France e British Airways conseguiram manter os Concordes.

O fim

No dia 25 de julho de 2000, um Concorde decolava de Paris para Nova Iorque quando, ainda na corrida de pista, passou sobre um pedaço de metal que rompeu um dos pneus e foi arremessado em direção à asa, culminado na perfuração de um tanque de combustível.

A asa pegou fogo e o incêndio foi se ampliando nos instantes iniciais do voo, até o jato da Air France colidir com um hotel, matando 100 passageiros, nove tripulantes e quatro pessoas no chão.

Leia mais sobre o acidente com o voo AFR4590 clicando aqui

O modelo ainda operou por poucos anos, até que o último voo comercial operado pela companhia Air France foi realizado entre Nova York e Paris em 31 de maio de 2003, enquanto a British Airways realizou seus últimos voos entre Londres e Nova York no dia 24 de outubro de 2003.

Depois do último voo comercial pela British Airways, o Concorde ainda fez alguns voos de traslado, sem passageiros, voando para alguns museus na Europa e nos Estados Unidos.

O Concorde ainda pode ser visto atualmente no Museu do Ar e Espaço, no aeroporto de Le Bourget, em Paris (França), no Museu do Voo, em Seattle (EUA), no aeroporto de Heathrow, em Londres e também no museu em Bridgetown (Barbados), que em breve poderá ser reaberto para as pessoas, como mostramos nesta matéria publicada anteriormente (clique aqui para acessar).

Leia mais sobre o Concorde:

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