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A história não contada dos Embraer EMB-120 da Lufthansa que tinham ‘placa’ brasileira

O pequeno notável brasileiro Embraer EMB-120 Brasília chegou numa subsidiária da Lufthansa, e fez tanto sucesso que “atrapalhou” a ele mesmo.

Foto de Simon Butler via Flickr

A história pouco conhecida do Embraer EMB-120 Brasília na Lufthansa começa nos anos 1980 com a visita do Ministro da Defesa da Alemanha, Manfred Woemer, do
Ministro da Agricultura, Ignaz Kiechie, e do Ministro dos Transportes, Werner Doilinger, registrada num documento oficial do Itamaraty.

Dos três, Doilinger teria sido o ator que mais influenciou para que a DLT, empresa regional subsidiária da Lufthansa à época, viesse a operar o Brasília. A ideia da empresa era expandir-se no mercado regional com aviões turboélice na faixa dos 30 assentos. Na competição estavam o canadense DHC-8-100, o brasileiro EMB-120 e o sueco Saab 340.

Pesaram a favor do jato brasileiro o menor custo operacional, o fato de ser mais silencioso, utilizar o motor da mesma família do Fokker 50 que já operava na empresa e ser mais rápido que o concorrente sueco. Com a escolha feita e o trunfo na mão da Embraer, a regional alemã então procedeu com uma encomenda de pouco mais de uma dezena de aeronaves – seriam, no total, 14, segundo dados do Airfleets.

Acontece que o crescimento da DLT foi tão rápido, que a Embraer acabou por alugar aviões adicionais diretamente para a empresa alemã. E a urgência era tanta que eles foram para a Europa e operaram a partir da Alemanha com matrículas brasileiras, algo incomum e que abriu uma exceção na regulamentação alemã. Com a matrícula brasileira, operaram os aviões PT-SIJ e PT-SIH.

Depois disso, a DLT continuou crescendo cada vez mais, contratando pilotos alemães, inclusive mulheres, sendo uma protagonista no incentivo às aviadoras.

Cerca de 4 anos após a chegada dos Brasílias, as aeronaves foram repassadas para frente, já que a DLT cresceu demais e os E120 já não atendiam a demanda, além de não serem mais parte dos planos estratégicos da empresa alemã.

Com isso, eles acabaram passados para frente e substituídos pelos DHC-8-100 e 8-300, e também pelos turboélices ATR-42 e os pequenos jatos canadenses CRJ-100.

Só muitos anos depois, em 2007, é que aviões da Embraer (dessa vez jatos) voltariam para a regional da Lufthansa, já batizada como CityLine. Hoje, a empresa opera uma frota de jatos CRJ e Embraer E190/E195 de primeira geração, mas a fabricante brasileira já propõe um jato E2 para a empresa:

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