IATA atualiza para US$ 314 Bi a previsão de perdas das companhias aéreas no ano

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A IATA atualizou pela quarta vez a sua projeção de perdas do setor aéreo no ano de 2020. Segundo os novos dados, o cenário mais pessimista desenhado pela associação global de empresas aéreas agora espera um nível de perdas de receita da ordem de US$ 300 bilhões e retomada de voos domésticos somente no terceiro trimestre.

Para ser mais exato, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) calcula que as receitas oriundas das vendas de passagens devem cair 55%, ou US$ 314 bilhões em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus. Isso marca um agravamento acentuado da previsão para a indústria da aviação, que há apenas três semanas estava estimada em 44% ou US$ 252 bilhões.

“As perspectivas do setor ficam mais sombrias a cada dia”, disse o presidente-executivo da IATA, Alexandre de Juniac, durante coletiva de imprensa.

“A escalada da crise torna improvável uma recuperação em forma de “V”. Realisticamente, será uma recuperação em “U” com as viagens domésticas voltando mais rápido que o mercado internacional. Sem alívio urgente, muitas companhias aéreas não sobreviverão para liderar a recuperação econômica. No início de abril, o número de voos em todo o mundo caiu 80% em comparação com o mesmo período de 2019″, disse a IATA, que reúne 290 companhias aéreas.

A crise começou no setor de aviação no final de janeiro, quando as companhias aéreas suspenderam os serviços na China, onde começou o surto da covid-19. Desde então, a IATA aumentou repetidamente as perdas de receita estimadas, sobretudo após o fechamento de fronteiras para conter a disseminação do vírus pelo mundo.

Em sua última avaliação, a associação considerou restrições mais longas do que o esperado nas viagens internacionais e o vírus se espalhou na África e na América do Sul.

De Juniac disse que as reuniões com os governos começarão ainda esta semana para elaborar um plano para reiniciar o setor, primeiro com a retomada dos voos domésticos, seguidos por rotas regionais e, finalmente, as intercontinentais. “O monitoramento da saúde dos passageiros será um elemento-chave nesse reinício”, afirmou.

Embora ele não dissesse, por enquanto, qual seria a melhor forma, ele mencionou que deveria haver uniformidade em todo o mundo. A IATA está pedindo que as companhias aéreas recebam alívio financeiro na forma de empréstimos, garantias de empréstimos, suporte ao mercado de títulos corporativos e benefícios fiscais dos governos, a fim de que sobrevivam.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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