IATA diz estar decepcionada com os canadenses por deixarem afundar sua aviação

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Imagem: Airbus

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, em inglês) publicou nota em que manifesta “profunda decepção e frustração pelo governo canadense ter falhado em fornecer medidas concretas de apoio ao setor de transporte aéreo no país”.  A organização representa empresas aéreas em todo mundo critica o fato de o governo não prever socorro financeiro e testagem em massa de passageiros para fomentar a aviação local.

O Canadá publicou nesta semana um plano de ação intitulado Declaração Econômica de Outono de 2020 – Apoiando os canadenses e lutando contra a Covid-19, em que detalha uma série de medidas de combate à pandemia e de estímulo à economia. No entanto, o setor aéreo não está contemplado com ajuda financeira direta do governo, como desejado pelas companhias.  

A IATA informou que continua seu apelo ao governo canadense para fornecer apoio financeiro como forma de manter o setor viável. A organização também defende o restabelecimento da conectividade com segurança por meio de testagem generalizada, o que eliminaria a necessidade de quarentena obrigatória para viajantes.

O vice-presidente regional da IATA para as Américas, Peter Cerda, reclamou publicamente da demora do governo em anunciar medidas concretas para o setor, a despeito de promessas anteriores.  “O governo afirma há meses que está trabalhando em um pacote de apoio vital para as companhias aéreas do Canadá. Ele não conseguiu cumprir até agora, declarou Cerdá em informe à imprensa.

O executivo reclama que as medidas de combate à pandemia praticamente paralisou a aviação no segundo maior país do mundo em território, sem qualquer contrapartida do governo. “Outros governos veem a necessidade de apoio financeiro como um investimento na recuperação econômica e apoiaram a indústria com US $ 173 bilhões. O Canadá tem algumas das medidas mais draconianas do COVID-19, que basicamente desligaram a maior parte da conectividade aérea e colocaram o setor em parafuso”, disse Cerdá.

Os maiores obstáculos para estimular o tráfego aéreo internacional continuam a ser o fechamento de fronteiras e quarentenas. O  governo do Canadá acaba de prorrogar as duas medidas até 21 de janeiro de 2021. Durante sua 76ª Assembleia Geral Anual da IATA, realizada na semana passada, os membros da organização apelaram unanimemente aos governos para use o teste para reabrir as fronteiras para viajar sem quarentena.

“Além do apoio financeiro, o governo precisa de um plano para reconectar os canadenses internamente e com o mundo. Quarentenas matam a demanda por viagens aéreas e destroem empregos em todo o setor de viagens e turismo. O teste de COVID-19 para viagens manteria os canadenses seguros e salvaria empregos. Isto é uma emergência. A mesma velocidade e determinação que desligam a conectividade precisam ser aplicadas para apoiar os testes como uma opção segura para restabelecer a conectividade, unindo famílias e catalisando a economia”, disse Cerdá.

Setor aéreo na economia canadense

De acordo com o Relatório do Valor do Transporte Aéreo da IATA, em 2019 a aviação contribuiu com CA$ 51,4 bilhões (R$206,18 bi) para o PIB anual do Canadá. Os gastos de turistas estrangeiros sustentaram outros CA$ 16,7 bilhões (R$67 bi) do PIB, totalizando uma contribuição de CA$ 68,1 bilhões (R$273 bi). No total, 3,2% do PIB do país foi sustentado pelo setor de transporte aéreo e turistas estrangeiros que chegam de avião.

A aviação terá um papel crucial em trazer as vacinas para o Canadá e distribuí-las por toda a vasta extensão do país. “O governo precisa de um plano para apoiar este setor crítico. O setor está em crise como nunca. Ao mesmo tempo, seu valor em conectar pessoas, apoiar empregos e fornecer produtos – como vacinas – nunca foi tão crucial. O governo está sob pressão para controlar a pandemia e apoiar a economia. Um plano para a aviação ajudará nas duas coisas. E não dá tempo”, disse Cerda.

Informações da IATA

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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