Icelandair usará o Boeing 757 como substituto do 737 MAX e pensa em frota de Airbus

Diz o ditado que cada um faz limonada com o limão que tem. É o caso da Icelandair, que disse, nesta terça-feira, 11 de fevereiro, que decidiu reativar dois Boeing 757-200 e estendeu a vida útil de outras quatro unidades desse tipo para cobrir a ausência de seus B737 MAX 8 e MAX 9.

Icelandair 737 MAX

O anúncio foi feito a investidores durante o anúncio dos resultados do ano passado. A holding islandesa disse que “a suspensão da aeronave MAX teve um impacto sem precedentes nas suas operações em 2019”. Os novos aviões deveriam fornecer mais de um quarto da capacidade total da Icelandair no ano passado.

No passado, a empresa já havia divulgado que também vai arrendar através de “wet lease” três B737-800, provenientes da Air Explore, da Eslováquia.

Sem reposição

A companhia aérea havia recebido cinco B737 MAX 8 e um MAX 9 pouco antes do aterramento do modelo, em meados de março. Além deles, eram esperados mais um -8 e dois -9 para entrega em 2019. No entanto, diante da ausência dessas nove aeronaves, a companhia manteve em operação 22 B757, em comparação com o plano original que estimava em 19 ativos na alta temporada. Também operava sem aeronaves de reposição..

O plano original de frota da companhia aérea para 2020 incluía a operação de dezoito B757, quatro B767-300ER e nove B737 MAX. Agora, seu “plano de contingência” prevê o uso de vinte e quatro B757 (incluindo vinte e dois 757-200 e dois 757-300), quatro 767 e três unidades alugadas do 737-800.

Boeing ou Airbus

Como a companhia aérea garantiu o arrendamento mais cedo e em melhores condições do que no ano passado, espera que o “impacto financeiro dessa nova suspensão seja consideravelmente menor do que em 2019”.

Além disso, a Icelandair disse que chegou a dois “acordos de compensação parcial” com a Boeing, sem divulgar detalhes. No entanto, acrescentou que, mesmo levando em conta esses acordos, o impacto financeiro se traduz em “cerca de US$ 100 milhões em 2019, a nível EBIT”. Segundo a empresa, as negociações de ressarcimento junto à fabricante ainda não estão esgotadas.

A companhia aérea acrescentou que continua a “rever” sua estratégia de frota de longo prazo, com três opções em estudo: manter a estratégia atual, adicionar aeronaves Airbus para complementar o B737 MAX, ou fazer a transição inteiramente para equipamentos Airbus.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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