Incertezas argentinas levam FlyBondi a prever voos internacionais apenas em 2021

Um pássaro (momentaneamente) sem asas, assim está a low-cost argentina FlyBondi após seu único jato operacional que ainda estava na Argentina, ter voado para o norte a fim de realizar uma manutenção programada. Além disso, uma nova notícia dá conta de que a empresa apenas voltará a fazer voos internacionais no meio de 2021, enquanto que os domésticos ainda são esperados para dezembro.

737 no México

A informação do voo do único jato que ainda estava na Argentina ao México foi dada pelo nosso parceiro Aviacionline, que confirma que ontem, 14 de novembro, o Boeing 737-800 LV-HFR voou via Guayaquil (Equador) para realizar um Check C antes do retorno às operações domésticas, que a empresa programa para a primeira semana de dezembro.

O Check C é uma grande manutenção, realizada aproximadamente a cada 20 a 24 meses, ou um número específico de horas de voo, ou conforme definido pelo fabricante ou pelo locador (embora o intervalo definido pelo locador nunca possa ser maior ao definido pelo construtor). Essa verificação de manutenção é muito mais extensa do que o Check B, exigindo a inspeção da grande maioria dos componentes da aeronave.

O LV-HFR deve ficar fora de serviço por 1 a 2 semanas. O esforço necessário para concluir uma verificação C é de aproximadamente 6.000 horas-homem.

A frota da empresa argentina é de duas aeronaves no momento, sendo que a outra está nos Estados Unidos, armazenada no deserto. A captura de tela do FlightRadar24 mostra a segunda perna do voo da Flybondi para o México.

Internacionais só em 2021

Apesar da vontade de recuperar seus mercados internacionais, a Flybondi se vê diante de uma grande incerteza, reporta o site El Litoral. Segundo uma mensagem da empresa a passageiros, “a constante falta de definições dos aspectos operacionais, regulatórios e comerciais essenciais para o planejamento e organização de uma companhia aérea” levou a empresa a adiar o reinício da operação internacional para julho de 2021”.

O conflito começou com a decisão do Órgão Regulador do Sistema Aeroportuário Nacional (ORSNA) de restringir os voos internacionais a apenas o Aeroporto Internacional de Ezeiza, que é distante e pouco acessível ao público com que a Flybondi trabalha. Para a empresa, é fundamental que ela possa operar a partir do aeroporto El Palomar.

Um estudo recente, feito pela Flybondi, revelou que a operação em Ezeiza resultaria num custo 10% maior. Recentemente, a empresa emitiu uma dura nota a esse respeito, destinada ao governo argentino:

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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