Irregularidade de US$ 9,6 milhões é descoberta em auditoria interna da Aerolíneas Argentinas

Uma auditoria interna encomendada pela nova administração da Aerolíneas Argentinas encontrou uma irregularidade importante na semana passada, que gerou uma perda de 9,6 milhões de dólares para a empresa estatal.

Avião Boeing 737 Aerolíneas Argentinas

Máximo Amadeo, gerente comercial da Aerolineas Argentinas e filho do deputado Eduardo Amadeo, assinou um contrato de milhas em 15 de abril de 2019 com o Banco Galicia.

Esse contrato concedeu ao Galicia o direito de 2,397 milhões de milhas para o programa de pontos “Quiero” ao preço de US$ 0,013 por unidade. O resultado foi uma promoção de 2×1 milha para clientes comerciais e 3×1 para seus funcionários, o que não foi contemplado no contrato assinado.

No entanto, o banco Galicia pagou apenas 1,132 milhões de milhas e a um preço inferior ao acordado. O preço foi reduzido, por meio de um adendo, para US$ 0,010 por milha.

Ao valor de 45.000 milhas de um bilhete para a Europa, o montante indica que foram mais de 28.000 bilhetes para o velho continente que a companhia aérea de bandeira deu ao Banco.

O Galicia afirma que esse tipo de contrato entre companhias aéreas e bancos é bastante comum, pois as companhias estão interessadas no adiantamento em dinheiro e na soma de clientes, já que custa quase o mesmo para tirar um avião cheio ou com metade dos assentos vazios. O Banco também tem acordos com a Smiles da GOL e com a Iberia.

Mas outras alterações do acordo ainda fizeram com que, dos US$ 31,1 milhões que a Aerolíneas deveria ter coletado, acabasse recebendo US$ 11,3 milhões, ou seja, o equivalente a US$ 0,00472 por milha, quase um terço do que foi acordado no contrato auditado.

Porém, ao calcular o passivo, a auditoria interna corrigiu suas emissões de milhagem para a taxa de uso (uma vez que nem todas as milhas concedidas são efetivamente usadas) e calculou que a companhia aérea deveria ter cobrado US$ 20,9 milhões. Resultado: a transportadora de bandeira da Argentina teve que assumir uma perda de US$ 9,6 milhões na promoção do banco privado.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

Veja outras histórias