Japão pode reduzir impostos sobre combustível de aviação em até 80%

Avião Boeing 767-300 JAL Japan Airlines
Imagem: Masahiro TAKAGI / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

O governo japonês informou nesta semana que planeja reduzir, temporariamente, os impostos sobre querosene de aviação (QAV) em até 80%. A medida faz parte de um programa nacional para estimular o setor aéreo no país, prejudicado pela pandemia de COVID-19.

De acordo com informação divulgada pela Agência Reuters, o Japão considera reduzir o imposto de 18.000 ienes (R$ 886) por quilolitro de combustível para até 4.000 ienes (R$ 197) durante o ano fiscal de 2021.

No entanto, o martelo ainda não foi batido. Segundo a agência, o governo discute com o parlamento o nível da redução do imposto, cuja receita é usada para administrar aeroportos públicos do país.

Embora o Japão não tenha sido atingido pela pandemia no mesmo nível que vizinhos como Coreia do Sul e China, a demanda por viagens aéreas domésticas e internacionais caiu significativamente. Segundo levantamento da Reuters, o setor de transporte aéreo do Japão sofreu uma perda líquida de 349,7 bilhões de ienes (US$ 3,3 bilhões) no período de seis meses entre abril e setembro de 2020.

Muitos japoneses deixaram de voar em atendimento às orientações do governo para combater a pandemia. As fronteiras do país foram fechadas, o que praticamente eliminou a circulação de turistas estrangeiros, importante fonte de receita. Em outubro de 2020, o número de visitantes caiu 99% em relação ao ano anterior.

Recentemente, com o controle da doença, o governo lançou a campanha Go To Travel com o objetivo de reativar a economia e promover as viagens dentro do país. No entanto, devido ao medo de viajar durante a pandemia, a campanha não teve muito sucesso.

Com a quase paralisação do transporte aéreo, muitas companhias estão próximas do colapso financeiro. A maior operadora do Japão, ANA Holdings, prevê prejuízo líquido recorde de US$ 4,8 bilhões para o ano fiscal que se encerra em março de 2021. A Japan Airlines (JAL) divulgou no começo de novembro que precisa arrecadar, pelo menos, 167,9 bilhões de ienes (US$ 1,6 bilhão) por meio de uma oferta pública de ações para conseguir sobreviver à crise.

Já a AirAsia Japan, do grupo AirAsia, encerrou definitivamente as operações no Japão desde 5 de outubro de 2020. “O governo está ciente de que as companhias aéreas estão enfrentando um ambiente de negócios severo”, disse um porta-voz do governo à Reuters, em nota. “O governo vai continuar conversando com as companhias e agindo da forma adequada.”

Com informações do jornal Japan Times e do portal Aerotimehub

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Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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