Jatos Embraer da Belavia não poderão mais voar para os países da União Europeia

A União Europeia aumentou a pressão sobre a Bielorrússia ao banir formalmente a transportadora estatal Belavia de qualquer operação dentro do bloco, a Reuters relatou. Os representantes de todos os 27 estados membros chegaram a um acordo nesta sexta. A decisão deles será formalizada em reunião de chanceleres do bloco no final deste mês.

As sanções estão relacionadas com o desvio forçado, em 23 de maio, de um Boeing 737-800 da Ryanair, que voava de Atenas para Vilnius, pelas autoridades bielorrussas. Ao pousar no aeroporto de Minsk, um jornalista da oposição e sua namorada foram detidos e presos antes que a aeronave pudesse decolar novamente, com um atraso de sete horas.

O Conselho Europeu, instituição que reúne todos os chefes de Estado e de governo da UE, recomendou a proibição da Belavia um dia após o incidente. Até agora, vários países da UE implementaram proibições unilaterais na Belavia, incluindo todos os vizinhos da Bielorrússia que são da UE (Letônia, Lituânia e Polônia), bem como a Ucrânia, deixando a Rússia como o único estado vizinho que continua a aceitar o voos da companhia aérea estatal bielorrussa.

Sem uma rota de acesso mesmo para os países europeus que ainda permitem suas operações, a Belavia disse que irá reorientar sua rede para mais destinos na Rússia. Após a recente reunião, os presidentes Vladimir Putin e Aleksandr Lukashenko instruíram seus respectivos ministérios de transporte a explorar novas oportunidades de rota entre os países, incluindo o possível lançamento de voos para a Crimeia ocupada pela Rússia. 

Desde a anexação unilateral da península pela Rússia em 2014, nenhuma companhia aérea estrangeira iniciou voos para a cidade de Simferopol devido à falta de reconhecimento da soberania russa sobre a região, um território aceito como ucraniano. 

A transportadora de bandeira bielorrussa tem negócios com locadores baseados na UE, incluindo 16 jatos Boeing e Embraer alugados de empresas europeias. As sanções devem ser uma medida paliativa até que os políticos da UE concordem sobre como punir os setores industriais mais vitais da Bielorrússia, incluindo a indústria de potássio e fertilizantes, onde o país controla 20% do mercado global.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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