JetSmart do Chile e gringas de olho na Avianca Brasil

Com contagem regressiva para o leilão no dia 7 do próximo mês, a Avianca Brasil já está sendo sondada por algumas empresas estrangeiras.

Avião Airbus A320neo JetSmart
A320neo da JetSmart – Imagem: Airbus

Hoje o jornal chileno La Tercera divulgou um suposto interesse da JetSmart pelos ativos da Avianca Brasil que serão divididos em sete partes: seis blocos com diversos slots cada e um último bloco com o Programa Amigo.

Segundo o jornal, a aérea chilena de baixo-custo que é controlada pela Indigo Partners (que também é dona da mexicana Valoris, da americana Frontier e da húngara Wizz Air) queria entrar no mercado conectando os dois países e também a Argentina.

A decisão da entrada do leilão pode ser feita até a quinta desta semana. Um dos motivos por ainda não ter decidido entrar na disputa é que os aviões da Avianca Brasil que apesar de não fazerem parte do leilão são antigos: a maioria das novas aeronaves Airbus A320neo já foi encontrou novos lares na Azul.

Outras companhias que se reuniram junto com a Avianca para saber detalhes do leilão teriam sido a Qatar Airways (em parceria com a LATAM) e a americana Southwest Airlines. Além de claro a United juntamente com a Avianca Holdings da Colômbia.

Rumores também apontaram que a gigante CVC estaria de olho na Avianca em uma parceria com uma aérea já existente.

Governo corre contra o tempo

Por outro lado o governo Bolsonaro quer deixar a situação da Avianca Brasil como exemplo para uma aprovação da medida provisória que permite a abertura total de capital estrangeiro para as aéreas brasileiras.

O problema pode ser o timing: o Senado Federel tem adiado por duas semanas a votação da MP, que agora está marcada para amanhã (23). Caso a medida não seja aprovada na casa superior e sancionada pelo presidente essa semana, os possíveis interessados estrangeiros na Avianca não irão participar do leilão.

Entrar no mercado brasileiro após o leilão da Avianca não será fácil: os slots de Congonhas e Guarulhos já estarão redistribuídos seja pela venda ou por outro método. Ignorar estes dois aeroportos é ignorar o maior e mais rentável mercado do país. Ao mesmo tempo que ir para Viracopos e dar de cara com a Azul é querer jogar contra o Barcelona no Camp Nou.

Outro ponto da venda do leilão são as composições das UPIs: seriam seis novos certificados de operadores aéreos, os COAs. Sem eles (teoricamente) não é possível transferir os slots para uma nova entrante ou até mesmo para a LATAM, GOL ou Azul. Até agora a ANAC afirmou que não recebeu pedido para novos COAs, que demoram de seis a 12 meses para serem aprovados.

O problema persiste no CADE: o orgão já sinalizou que a compra dos ativos pela LATAM e/ou GOL é mais prejudicial o mercado e também abriu investigação para apurar acusações que estas duas aéreas estariam agindo em conjunto para prejudicar a Azul, que tinha sido a única a submeter a sua proposta ao orgão de regulação econômica.

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