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JetSmart quer iniciar voos domésticos no Brasil e conversa com a ANAC

Segundo publicado pela Reuters, a chilena low-cost JetSmart conversou com a ANAC em março para iniciar voos domésticos para o Brasil ainda este ano.

Airbus A320 da JetSmart © Clément Alloing

A francesa Reuters cita que a empresa de baixo-custo chilena, que já opera voos internacionais para o Brasil, está mantendo conversas com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para iniciar voos domésticos no país.

“Apesar da pandemia ter reduzido a demanda de maneira substancial, nós ainda estamos analisando as operações na região, apesar de estarmos acompanhando de perto o formato e velocidade da recuperação do mercado no Brasil e outros países”, teria afirmado o CEO da JetSMART, Estuardo Ortiz.

Segundo a agência de notícias, a JetSmart teria iniciado as conversas com a ANAC em março, quando a pandemia já batia à porta do Brasil e já tinha impactos significativos no setor aéreo mundo afora.

Depois deste encontro, a empresa chilena, que é controlada pelo conglomerado Indigo Partners (que, por sua vez, é dono da Frontier Airlines, da Volaris e da WizzAir), teria afirmado que quer começar as operações em breve no Brasil. Já a ANAC afirmou em nota à Reuters que “acredita que a JetSmart ainda está interessada”, sem dar muitos detalhes.

A aérea chilena de baixo-custo operava voos de Santiago para Foz do Iguaçu, Salvador e São Paulo antes da pandemia começar.

Hora certa e oportunidade no horizonte

Airbus A320 da JetSmart segue o eclipse solar no Chile

Em março, a expectativa era de que a pandemia do coronavírus fosse durar apenas alguns meses, com a maioria dos mercados de aviação no mundo recuperando tráfego até o final do ano. Porém, o jogo mudou e o Brasil, assim como toda a América do Sul, tornou-se o novo epicentro do vírus. Com a piora na região e no globo, a expectativa mais realista de recuperação do setor está para o fim de 2021.

Por outro lado, a JetSmart pode ter uma grande oportunidade, já que o player mais antigo do Brasil, a Latam, está se enfraquecendo. A LATAM pode ter que devolver dezenas de aviões, teve que recorrer à um code-share com a Azul para se fortalecer e hoje é a menor do país em participação de mercado.

Antes da pandemia, a LATAM disputava com a GOL a liderança no mercado doméstico, sempre perdendo por alguns pontos percentuais. Hoje, a liderança é da Azul, que pretende se manter no topo e não quer deixar a GOL voltar ao primeiro lugar.

Enquanto isso, a LATAM Brasil sofre as consequências da Recuperação Judicial da divisão chilena, que é sua controladora, e também tem conflitos com funcionários para fechar um novo acordo trabalhista.

A divisão argentina da LATAM já fechou as portas e as low-costs no país “hermano” também sofrem com o governo local, incluindo a própria JetSmart Argentina, que agora pode ter seus recursos direcionados para uma nova filial brasileira.

Tudo isso pode dar a oportunidade ideal para a JetSmart entrar no mercado brasileiro doméstico, junto com a recuperação da aviação no país, ainda que lenta, nos próximos meses.

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