Um grupo de credores chilenos do Grupo Latam entrou com um pedido no Tribunal de Falências para o Distrito Sul de Nova Iorque, onde tramita o processo de reorganização da empresa aérea, para que o juiz encarregado permita litigar (incluir no processo) cerca de US$ 1,3 bilhões que a companhia aérea tem em empresas estabelecidas no paraíso fiscal das Ilhas Cayman.
Segundo relata o periódico chileno El Mostrador, o pleito dos credores refere-se a uma acusação de que o montante não teria sido devidamente informados, o que deixaria a verba milionária fora do alcance do processo de restruturação. Se a demanda for aceita pelo juiz, o processo de reorganização da Latam seria interrompido por pelo menos dois meses para resolver a questão, atrasando a saída da companhia aérea do Chapter 11.
“Foram US$ 1,3 bilhão que a Latam transferiu de sua controladora para a Latam Finance, empresa das Ilhas Cayman, sem divulgar adequadamente ao mercado, e que queremos devolver para a controladora. Se tivermos sucesso, muitos detentores de títulos chilenos e todos os credores desta matriz, incluindo pilotos e trabalhadores, terão esse valor a mais como garantia para seus créditos”, explicou ao jornal La Segunda, Andrés Mena, advogado e sócio do escritório de advogados Paul Hastings LLP, que representa os detentores de títulos locais.
Segundo o La Segunda, durante o processo do Capítulo 11, esses US$ 1,3 bi foram transferidos para suas empresas em paraísos fiscais, deixando o valor fora do alcance dos credores, pois quem deve dinheiro aos chilenos é a matriz de Latam e não estas outras sociedades.
