Locadora apreende Boeing 737-700 da Surinam Airways minutos antes de decolar

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Foto meramente ilustrativa – Aero Icarus, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

O único dos dois Boeing 737-700 que ainda está voando na frota da Surinam Airways foi temporariamente apreendido no aeroporto de Miami pouco antes de um voo programado para Paramaribo na tarde de 13 de abril, noticiou o jornal De West. Segundo relatos, a companhia aérea endividada está há cerca de um ano atrasada em seus pagamentos ao locador da aeronave, que supostamente ordenou a apreensão.

Enquanto o Boeing 737-700 de registro PZ-TCT permaneceu em Miami em 14 de abril, mas acabou voltando ao Suriname no dia seguinte, como mostram dados do RadarBox. Por outro lado, a única outra aeronave da companhia, o 737-700 matriculado PZ-TCS não voltou de Miami desde que voou para lá em 28 de fevereiro.

A última apreensão

Caso tivesse o outro jato retido, a empresa nacional do Suriname ficaria sem aeronaves para operar voos aos EUA e Caribe, tendo que limitar enormemente suas já escassas operações. A empresa mantém também um voo semanal para Belém do Pará, no Brasil, embora tal operação esteja prejudicada pela pandemia, a baixa demanda e a falta de um segundo jato.

No caso do PZ-TCT, o último a ser apreendido, fontes disseram ao jornal que a aeronave havia sido rebocada do terminal do aeroporto às 16h00 locais em 13 de abril, meia hora antes da hora marcada para a decolagem naquele dia. Os passageiros ainda estavam no saguão de embarque até tarde da noite, aguardando notícias sobre como poderiam partir.

A transportadora e o governo do Suriname disseram em 13 de abril que estavam trabalhando muito para garantir uma solução rápida para o problema da aeronave apreendida e que transportariam os passageiros presos para Paramaribo assim que possível. O Ministro das Finanças, Armand Achaibersing, confirmou a apreensão da aeronave à Assembleia Nacional do Suriname e alegou que a transportadora nacional havia chegado a um acordo com o locador, a Aircastle, e que US$ 650.000 seriam pagos para liberar a propriedade.

No mês passado, o governo prometeu reestruturar a Surinam Airways, embora sob propriedade do Estado, em vez de privatização. No final de 2020, a Surinam Airways tinha uma dívida de US$ 102 milhões e sofreu mais perdas desde o início de 2021.

Situação complicada para nossos vizinhos do norte.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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