Low-cost FlyBondi corta frota pela metade e luta para voar de El Palomar

Avião Boeing 737-800 Flybondi
Imagem: Flybondi

Após sofrer um forte baque com a crise e tendo que reduzir sua frota pela metade para cortar custos, a Flybondi passa a manter o foco em setembro, quando os voos poderão ser reiniciados na Argentina.

Devido à pandemia, a companhia teve que reduzir drasticamente seus planos, devolveu dois Boeing 737-800 em julho, de um total de cinco que possuía, e ainda teve que postergar a chegada do sexto avião do modelo, resultando em uma frota na metade do nível que esperava para o fim do ano.

Por conta da legislação atual, que congelou qualquer demissão até setembro, a empresa renegociou contratos com funcionários, reduziu salários e recebeu aportes adicionais de seus sócios para se manter com a “cabeça para fora d’água”, enquanto não pode voar novamente.

Apesar de tudo, a empresa espera operar todas as rotas que possuía antes da pandemia, incluindo as três ligando o aeroporto de El Palomar ao Brasil, especialmente para São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.

A polêmica do El Palomar

Segundo informações do 1M, a Flybondi também está preocupada com o fato de o governo estar decidindo fechar o aeroporto de El Palomar, onde opera seus voos comerciais. A empresa criou um abaixo-assinado no change.org contra o fechamento do aeroporto, o qual tem sido difundido por suas redes sociais e já conta com cerca de 100.000 assinaturas.

“A informação oficial é que El Palomar continuará operando como antes da pandemia. Mas, caso não possamos fazê-lo no futuro, a opção seria operar a partir do Aeroporto Jorge Newberry (o Aeroparque), algo que teria que ser negociado ”, afirmou Maurício Sana, CEO da aérea.

Só tem um problema, o Aeroparque deve ficar fechado até dezembro para obras e, portanto, a única alternativa para a Flybondi pode ser operar a partir do longínquo aeroporto de Ezeiza.

Ainda assim, Sana vê oportunidades no mercado. “Temos muito claro de que estamos trabalhando para 2021, com uma operação maior do que antes da pandemia, com mais rotas. A grande incerteza são os próximos cinco meses. porque há coisas que não estão definidas ”, admitiu Sana ao 1M.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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