Com manobra em composição societária, investidores estrangeiros de fora da União Euroéia poderão comprar ações ilimitadas da Lufthansa, permitindo controle acionário total nas mãos de “gringos”.
A notícia foi divulgada pelo jornal alemão Der Spiegel, e refere-se a uma forma que a empresa criou para traspassar o sistema atual, que limita a 50% o total de capital nas mãos de não-membros da União Européia. Para isto a empresa irá fazer um movimento societário similar ao que a Latam fez, criando uma holding. A decisão foi dada após a pressão de investidores para aumentar a eficiência da empresa alemã.
Esta regra, no entanto, pode ser contornada com a criação de uma holding, que é uma empresa de propósito específico com a finalidade de controlar outras empresas. Segundo as regras atuais da União Europeia, a holding pode pertencer a qualquer nacional, mas deve estar devidamente registrada na Alemanha ou outro país-membro da UE, para que possa investir na Lufthansa. E esse percentual pode chegar até 100%, embora não seja necessariamente isso que vá acontecer..
Por outro lado, não se aplica a punição de perda de rotas por infringimento, dado que a Lufthansa propriamente dita (que é dona do certificado de operador aéreo) seria uma empresa separada, além de continuar nas mãos de uma holding registrada na Alemanha ou outro país-membro. A empresa confirmou esta medida.
Outro exemplo de holding em condição similar é a IAG, que controla a British Airways, Iberia, Vueling e Aer Lingus (e, futuramente, a Air Europa). Em seu caso, a Iberia enfrenta um processo na justiça europeia para provar que é realmente espanhola frente ao Brexit, que tornaria o IAG numa empresa não-membro da UE, já que é registrada em Londres, sede da British Airways.