As últimas informações financeiras indicam que a Malaysia Airlines está operando com grandes prejuízos. Relatórios mostram que, se a companhia de bandeira da Malásia não puder mudar sua situação ou encontrar um grande investidor, precisará de até RM21 bilhões (US$ 5,15 bilhões) de assistência governamental para mantê-la em funcionamento até 2025, ou quase US$ 1 bilhão ao ano.
De acordo com a mídia local, os números vêm de um memorando baseado no plano de negócios 2019-2025 da Malaysia Airline. O principal investidor da companhia aérea, Khazanah Nasional, envolvido no plano de negócios, disse que o financiamento de RM21 bilhões é uma ‘estimativa de alto nível’ baseada em suas projeções, que inclui compras de aeronaves, se a companhia continuar sangrando.
Estimativas irreais
O plano de negócios elaborado pela Malaysia Airlines exige “gerar receita” e “gerenciar custos”, mantendo uma “experiência premium ao cliente”. A companhia aérea estima que chegaria ao ponto de equilíbrio em 2022 e se tornaria estável em 2024.
No entanto, Khazanah não vê diferença entre o modelo de negócios proposto e o anterior, dizendo que o salto previsto de 4% na receita do plano é improvável. Com uma taxa de crescimento de 1% ao ano entre 2016 e 2018, o memorando observou que a companhia aérea nunca quebraria mesmo que continuasse nessa taxa.
Mas mesmo com as estimativas da Malaysia Airlines, Khazanah ainda seria obrigado a injetar um adicional de RM10,3 bilhões. Parte desse dinheiro seria usado para pagar o empréstimo de RM5,6 bilhões necessário para operações dos seis Airbus 380 e obrigações financeiras. Fontes indicam que a companhia aérea já pensou na inadimplência deste empréstimo.
A conclusão que Khazanah chegou é que este último plano de negócios é excessivamente otimista e não oferece novas soluções que mudarão a situação financeira da companhia aérea. O investidor cita o fraco histórico da companhia aérea, a capacidade de execução e a incapacidade de lidar com o declínio da receita como as principais razões pelas quais falta confiança no plano.
Em busca de uma alternativa
Obviamente, apesar da situação financeira desafiadora, Khazanah ainda espera que um investidor entre e salve a companhia aérea. Vários relatórios sugerem que a Malaysia Airlines está sendo cortejada por cinco companhias aéreas diferentes: Qatar, AirAsia, Malindo Air, China Southern e Japan Airlines.
Há rumores de que a KLM-Air France fez uma oferta por 49% da companhia aérea, mas relatórios recentes indicam que o grupo de companhias aéreas europeias optou por não participar.
A frota da Malaysia é composta por 81 aeronaves, sendo 6 Airbus A330-200, 15 Airbus A330-300, 6 Airbus A350-900, 6 Airbus A380 e 48 Boeings 737-800. Há ainda encomendas de 25 Boeings 737 MAX dos modelos -8 e -10.
A única certeza é que os números são claros: desde que a companhia aérea sofreu em 2014 com o misterioso desaparecimento de voo 370 e a derrubada do voo 17, as operações não têm ocorrido de forma sustentável.