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Medalhista paralímpico que colou a mão sobre avião é condenado na justiça

O atleta colado no avião, conforme cena de um dos vídeos a seguir

Um ex-atleta paralímpico foi considerado culpado nesta semana por causar incômodo público após colar-se ao teto de um avião da British Airways que estava prestes a partir.

Como havíamos acompanhado na ocasião da ocorrência, o ativista do movimento “Rebelião da Extinção” (Extinction Rebellion), James Brown, subiu sobre a aeronave na manhã de 10 de outubro de 2019 como parte de um protesto contra o aeroporto de London City, em Londres, Inglaterra.

O duas vezes medalhista de ouro, que tem visão parcial, passou uma hora sobre o jato que voaria para Amsterdã, na Holanda, antes que os bombeiros o removessem e ele fosse preso, informou a corte de Southwark nesta semana.

Segundo a mídia britânica, Brown, nascido na Irlanda do Norte, colou sua mão direita no avião e esticou sua mão esquerda para colocar seu telefone celular na porta para impedir que fosse fechada, segundo ouviu o júri do caso. Ele transmitiu ao vivo suas ações no Facebook.

O homem de 56 anos, morador da cidade inglesa de Exeter, representou a Grã-Bretanha no ciclismo e no atletismo durante as Paraolimpíadas de 1984, antes de mudar para a equipe da Irlanda para competir no esqui cross-country.

Os promotores disseram que suas ações custaram à companhia aérea £ 40.000 (cerca de 280 mil reais) e afetaram mais de 300 passageiros da British Airways por conta da retirada da aeronave da programação de voos.

Brown disse que precisava “fazer algo espetacular” para chamar a atenção para a crise climática. Representando-se no tribunal, ele negou uma acusação de causar incômodo público, mas um júri o considerou culpado após deliberar por menos de uma hora.

Ele disse que foi “destruído” pelo veredito. “O que fiz foi apenas uma pequena parte”, disse ele. “Há muitas pessoas desistindo de muito para fazer a diferença e eu sou apenas uma delas.”

Ele também disse que esse é “o preço que você paga por se arriscar” e que “sabia que uma condenação era uma possibilidade”.

O júri foi informado de que Brown reservou um assento no avião na manhã do incidente, passando pela segurança do aeroporto com um tubo de supercola que não foi detectado. Casado e pai de quatro filhos, o ex-atleta recebeu ajuda no embarque por causa de sua deficiência.

Um membro da tripulação perguntou se ele queria ajuda para se sentar, e então ele disse que, em vez disso, subiria no teto da aeronave.

Depois da chegada da polícia, Brown disse aos dois primeiros policiais no local que não iria descer por conta própria, mas que não iria resistir se tentassem removê-lo.

Ele chorou ao dizer ao júri: “Eu estava preparado para me desafiar, para ter medo, para enfrentar o medo, porque o medo do colapso ecológico do clima é muito maior. Minha motivação era maximizar a atenção da mídia à crise climática, que naquela época quase não era divulgada”.

Suas ações foram parte de um protesto no qual centenas de manifestantes da Extinction Rebellion tentaram fechar o aeroporto de London City por causa do impacto das viagens aéreas e dos planos de expansão do local. O ex-atleta deve receber sua condenação em 17 de setembro.

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