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Médico pega Covid ao tentar salvar homem em voo e ganha voucher de US$ 200

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Avião Boeing 737-800 United Airlines
Imagem: BriYYZ / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Um médico que tentou salvar a vida de outra pessoa durante um voo, fazendo procedimento de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) até o pouso, e acabou se contaminando com Covid-19, ganhou um voucher da companhia aérea em que o fato ocorreu.

Tony Aldapa, um veterano da Marinha, disse que tudo começou quando viu que o passageiro precisava de ajuda médica durante o voo de Orlando para Los Angeles no dia 14 de dezembro. Ele sabia dos riscos potenciais à saúde ao realizar RCP em alguém que ele não conhecia, mas não vacilou e começou a ajudar o homem, cuja esposa disse que ele tinha sintomas de vírus, informou a KNBC-TV.

Depois do pouso, o passageiro, chamado Isaias Hernandez, foi levado a um hospital, mas não sobreviveu, e uma autópsia revelou que o homem de 69 anos morreu de insuficiência respiratória aguda e confirmou que ele estava infectado com Covid-19.

“Dez em dez vezes, eu ainda levantaria e ajudaria”, disse Aldapa, que dias depois passou a ter dor de cabeça, tosse e dores no corpo. “Eu só estava pensando que havia um cara que precisava de RCP.”

Aldapa, outro paramédico chamado Steven Chang e uma enfermeira de UTI que também estavam no voo se revezaram para fazer a RCP no homem, mas a outra profissional da saúde não foi identificada. O grupo não fez boca-a-boca, mas usou um reanimador e uma máscara de oxigênio para ajudar o homem a respirar durante as compressões torácicas por 45 minutos até o aeroporto.

A esposa do homem foi ouvida dizendo que ele se sentiu mal antes do voo e havia perdido o paladar e o olfato. Ela disse que ele estava com falta de ar e que, no caminho de volta para casa, faria o teste de Covid.

A United Airlines disse que todos os passageiros devem preencher um questionário para voar para reconhecer que não têm Covid-19 ou sintomas relacionados. Vários passageiros disseram que o homem que Aldapa ajudou apresentava sintomas, mas não sabiam se ele realmente tinha o coronavírus.

A companhia aérea disse que enviou o manifesto de voo aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, mas o médico disse que o CDC não o contatou imediatamente. Apenas 10 dias depois ele foi avisado por telefone.

Por fim, um representante da United entrou em contato com Aldapa no início de janeiro para agradecê-lo por sua ajuda durante a crise a bordo e informá-lo que um voucher de viagem de US$ 200 seria enviado a ele por e-mail.

Porém, segundo o TMZ, o representante não disse nada sobre o homem que morreu de Covid-19, e o e-mail da United dizia apenas que eles se desculpavam pelo transtorno que ele experimentou em sua recente viagem. Questionada, a companhia afirmou que não é dela, mas sim da autoridade de saúde, a responsabilidade de informar os passageiros sobre os casos.

Aldapa disse ao Insider que deseja que as outras pessoas que ajudaram Hernandez sejam reconhecidas também, dizendo que ele não foi o primeiro a se levantar. “Eu estava apenas ajudando as outras duas pessoas que foram as primeiras a se levantar. Sinto que elas merecem muito mais elogios do que eu”, disse ele.

“Infelizmente, fui eu quem foi pego no centro das atenções. Eu vi uma entrevista com o senhor que estava ajudando, mas gostaria de saber o nome da enfermeira que estava ajudando, para que ela pudesse obter algum reconhecimento também.”

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