Mesmo com poucos voos, aumento é de 700% nas confusões com passageiros

Estranhamente, nesses tempos pandêmicos, mais ocorrências de desentendimentos do que era normal têm acontecido tanto a bordo de aeronaves quanto em aeroportos pelo mundo. Aqui no AEROIN temos visto frequentemente brigas, desentendimentos, maus comportamentos e vários outros tipos de casos, que sempre acabam colocando em risco a segurança de alguns ou de todos os passageiros. E agora, dados da FAA mostram que esse aumento é assustador.

Passageira fazendo confusão a bordo em um dos casos registrados

A Federal Aviation Administration (FAA), órgão responsável pelos regulamentos e todos os aspectos da aviação civil nos Estados Unidos, alertou sobre o aumento excessivo dos casos de condutas desordeiras que colocam em risco passageiros a bordo de aeronaves.

A FAA costumava registrar entre 100 e 150 casos de conduta desordeira em um ano considerado ‘normal’, mas, apesar da baixa demanda de passageiros desde o início da pandemia em 2020, esses casos aumentaram mais de 700%, elevando para 1.300 incidentes.

Dentre os diversos acontecimentos relatados, podemos enumerar os passageiros que se recusaram a usar máscaras de proteção facial, assim como relatamos quando duas passageiras foram ao chão aos tapas após uso errado de máscara e acabaram atrasando o voo.

Lembramos também o caso de um homem que foi detido após tentar abrir a janela de emergência de um avião Airbus A330, durante um voo da Califórnia para o Havaí, causando grande alvoroço a bordo.

Mais recente, publicamos o caso de uma senadora dos EUA que foi banida da Alaska Airlines por voar constantemente sem máscara e, inclusive, costumava implicar com os funcionários de solo.

Conforme relata a NBC News, o administrador da FAA, Stephen Dickson, disse que não será permitido e não haverá tolerância nas interferências da tripulação de voo e no desempenho de suas funções de segurança. Desse modo, a agência sancionou uma ‘tolerância zero’ para tais comportamentos, que resulta em proibições vitalicias de voo para algumas companhias aéreas, processos criminais e até uma multa de US$ 35.000 dólares (cerca de R$ 190.000 reais).

Angela Hagedorn, uma ex-comissária de bordo da Alaska Airlines, disse recentemente que tem sido um período exaustivo para todos os funcionários que estão apenas tentando fazer seu trabalho de acordo com as políticas da empresa. As constantes discussões e resistências dos viajantes são, segundo ela, “ridículas”.

De acordo com a presidente de um sindicato de comissários de bordo dos Estados Unidos (Association of Flight Attendants), Sara Nelson, os tripulantes relatam que um gigantesco número de incidentes dessa natureza tem acontecido, e que os abusos físicos e verbais que os comissários de bordo vêm sofrendo desde o início da pandemia têm estado “fora de série” em comparação com os últimos 20 anos.

Ela ainda relata: “O que vimos em nossos aviões são comissários de bordo sendo fisicamente agredidos, empurrados, sufocados. Temos um passageiro que urinou. Um passageiro cuspiu na boca de uma criança a bordo.”

A FAA, junto com a Administração de Segurança de Transporte e os Air Marshals, planejam acompanhar de perto a evolução de todas as ocorrências à medida que os Estados Unidos começam a se recuperar em meio a pandemia, consequentemente realizando mais voos de passageiros.

Relembre alguns dos casos que noticiamos aqui no Aeroin nos últimos meses:

Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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