Em momento crítico, pilotos da American reforçam luta por melhorias nos contratos

Os pilotos da American Airlines continuam descontentes com seus contratos e seu sindicato continua falando sobre isso. Agora, entretanto, a questão passa por um momento crítico, pois os contratos atuais que estabelecem condições de emprego e salário para muitos dos funcionários estão sendo renovados.

Pilotos American Airlines
Imagem: American Airlines

A questão foi levantada nessa semana pelo One Mile At A Time. O destaque é que não é apenas a Allied Pilots Association (APA) que está frustrada com a falta de progresso após vários anos de conversas com a gerência da American. Os comissários de bordo e os trabalhadores de manutenção também não conseguem alcançar novos contratos.

Isso causou interrupções significativas na American Airlines em 2019. Vários sindicatos representando cerca de 85.000 funcionários estão atualmente em negociações com a American Airlines.

Negociando há anos

As negociações já duram quatro anos. Em grande parte, estamos ouvindo apenas um lado da história, mas os vários sindicatos, incluindo a APA, estão frustrados com a falta de progresso e a posição relativamente agressiva da administração da American durante as tratativas.

Além dos aumentos salariais, a APA quer mais flexibilidade nas escalas para contabilizar mais trocas de turnos e diminuir o tempo gasto na chamada.

Para sermos justos com a American Airlines, isso é mais fácil dizer do que fazer, já que a American Airlines emprega mais de 15.000 pilotos. Mas seu último aumento foi no final de 2018, e não haverá mais aumentos até que um novo contrato seja assinado.

Avião Boeing 777-300 American Airlines
Boeing 777-300 da American Airlines

Ao contrário da maioria das outras indústrias nos EUA, os sindicatos de companhias aéreas não podem simplesmente entrar em greve. Existem regras que impedem isso, citando a necessidade de manter um setor vital funcionando o tempo todo. As greves só podem ocorrer com a supervisão do governo dos EUA e somente após um longo e trabalhoso processo de inscrição.

Carta aberta

Conforme relatado pelo One Mile at A Time, o presidente da APA, comandante Eric Ferguson, publicou uma carta bastante diplomática aberta ao CEO e ao conselho da American na tentativa de levar adiante as negociações.

Você pode ler a carta, divulgada no site da APA neste dia 2 de janeiro, clicando aqui.

Pelo conteúdo do texto, o comandante Ferguson mostra que está tentando trabalhar com a gerência da American Airlines para mudar a companhia aérea para melhor. Ferguson não quer um cenário de perdas e ganhos, ele quer e acha que eles podem alcançar um resultado ganha-ganha. Ele está chamando essas negociações em andamento de “bifurcação única na estrada”.

Segundo o comandante, a APA apresentou várias propostas detalhadas no início de 2019 que levam em conta as necessidades das partes interessadas da American. Ela busca criar eficiência e eliminar ineficiência, corrigir problemas de confiabilidade e melhorar o desempenho da receita da companhia.

Ferguson argumenta que as propostas de seu sindicato podem beneficiar os pilotos da American e também a companhia aérea. Mas, em poucas palavras, as propostas parecem ser mais focadas nos trabalhadores. São elas:

  • Melhorar a programação das escalas, a transparência da empresa, a responsabilidade e a qualidade da vida profissional;
  • Alcançar taxas de pagamento por hora semelhantes às líderes do setor e resolver inconsistências de remuneração e benefícios entre funcionários; e
  • Realizar reparos de contrato com foco nos itens que foram perdidos durante o processo de recuperação judicial.

A carta do comandante Ferguson coloca:

O que propomos é exatamente o que a American Airlines precisa. Sua liderança na APA deseja muito que a American Airlines seja bem-sucedida, e aposto que o mesmo vale para cada um de vocês. A oportunidade aguarda. Não, não concluímos as negociações até a data corrigível, mas ainda estamos aqui e estamos prontos para continuar negociando para garantir o acordo mutuamente benéfico de que a APA e a gerência precisam.

Uma oportunidade para reiniciar as negociações

Avião Boeing 787-9 Dreamliner American Airlines
Beoing 787-9 da American Airlines

O início de um novo ano pode representar uma oportunidade para traçar uma linha sobre um ano difícil e infrutífero de negociações em 2019.

Se a APA estiver, como afirma, interessada em um novo contrato que beneficie tanto a companhia aérea quanto seus pilotos e outras partes interessadas, então talvez tenha chegado a hora da administração da American Airlines aliviar um pouco sua resistência durante as negociações e buscar um resultado que, como observa Ferguson, seja uma vitória para todos.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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