Mulher trans conta seu perrengue para passar pelo scanner corporal dos aeroportos

A influenciadora e modelo Rosalynne Montoya publicou um vídeo em suas redes sociais onde chama a Administração de Segurança de Transporte (TSA) dos EUA de despreparada para lidar com a diversidade, causando “imensa ansiedade” às pessoas trans.

No vídeo viral, que foi visto mais de três milhões de vezes, ela fala sobre sua experiência com a segurança de aeroportos e porque “precisamos mudar o funcionamento dos scanners e educar a TSA sobre as pessoas trans”.

Ela explica:

“Há um scanner masculino e feminino no posto de controle TSA. Mas, ao passar pelo scanner feminino, eu sempre tenho algo entre as pernas que dispara o alarme. Então a agente me perguntou se eu tinha alguma coisa nas minhas calças e eu disse, ‘Não’, então ela disse, ‘Talvez sejam apenas os botões de metal do seu short’. Então eu passei pelo scanner de novo, mas eu acionei o alarme novamente, então eu disse que sou uma mulher trans e para que ela apenas me revistasse”.

A solução dela foi me perguntar se eu queria ser escaneada como homem. Eu não queria, mas acabei fazendo. E ali meus seios disparam, é claro. Tentei brincar com isso e disse não se preocupe, só tem um monte de plástico ali. Então ela disse que tinha que me revistar e perguntou se eu preferia que um homem fizesse isso. Eu disse absolutamente não”.

@rosalynnemontoya

We need to change how the scanners function and educate TSA about trans people. #tsa #trans #transgender #transphobia #transphobic #travel

♬ original sound – Rose Montoya

Depois que ela postou sua história no TikTok e no Instagram, muitas pessoas trans comentaram ter passado por experiências semelhantes durante as viagens. No vídeo, Rose Montoya também fala sobre ser “cis-presumida”, ou muitas vezes confundida com cisgênero, mas que também é importante andar com seus documentos, que dizem que ela é uma mulher.

“Precisamos treinar as pessoas sobre como tratar as pessoas trans. Se eu disser que sou uma mulher trans, isso provavelmente significa que quero ser examinada como mulher, tratada como mulher e revistada por uma mulher”, dizia um dos comentários.

O TSA tem sido frequentemente criticado por sua tecnologia de varredura binária e por oficiais não estarem cientes das questões trans.

Uma investigação anterior da ProPublica descobriu que pessoas trans podem enfrentar revistas invasivas pela TSA nos aeroportos, incluindo alegações de que os oficiais da TSA exigiram que passageiros mostrassem seus órgãos genitais para embarcar em um voo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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