Na crise, Qatar Airways faz voos de 3 km com seus gigantes aviões Airbus A380

Seguindo com seu plano de contingência após decidir cortar 75% os voos em meio à crise causada pela Covid-19, a Qatar Airways iniciou a transferência de grande parte de sua frota para o antigo aeroporto de Doha, que dista apenas três quilômetros do moderno aeroporto internacional Hamad, a base de operações da empresa aérea.

Imagem do FlightRadar24 registra um A380 da Qatar sendo trasladado para estoque

A medida da Qatar sugere que os super-jumbos ficarão um longo tempo parados, a exemplo do que várias empresas ao redor do mundo estão sinalizando também. De uma maneira geral, o setor acredita que o retorno dessa crise não será algo automático e levará algum tempo até que a demanda se recupere totalmente, alguns estimando que isso pode levar até dois anos.

Segundo informações do FlightRadar24, entre sexta-feira e domingo (22), pelo menos cinco aeronaves Airbus A380 de uma frota de dez já estão estacionados no antigo Doha International Airport (DIA), são eles o A7-APA, APC, APE, APG e API.

Certamente, é uma jornada muito curta para o maior avião de passageiros do mundo, capaz de voar por mais de 14 horas ininterruptas. Ao mesmo tempo, é um descanso necessário em tempos de crise.

A distância entre os aeroportos é de 3km – Google Maps

Diferente de uma situação inusitada que aconteceu em janeiro no aeroporto de Cingapura, quando uma aeronave Embraer E195 teve que decolar e pousar no mesmo aeroporto por falta de interligações (taxiways) entre as pistas, no caso de Doha não existem ligações por serem aeroportos totalmente distintos.

Inclusive, o antigo aeroporto teve as operações comerciais encerradas em maio de 2014, quando Hamad ficou pronto. Hoje, o aeroporto é usado apenas para voos oficiais do estado do Qatar.

Corte de Pessoas

A crise da Covid-19 também fará com que a Qatar Airways acelere os planos de transformação internos. “Isso incluirá uma reestruturação de nossas operações e uma redução no número de funcionários para otimizar nossos negócios, tornando-nos uma companhia aérea mais forte e mais eficiente”, disse o CEO Al Baker numa comunicação interna.

Na carta, Al Baker continua: “Estou otimista sobre o futuro de nossos negócios e acredito que o mercado se recuperará à medida que a resposta global coordenada começar a conter a propagação do vírus. À medida que emergimos do outro lado da crise, a Qatar estará em uma posição forte para continuar entregando nosso serviço, eleito o melhor do mundo”.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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