Nova etapa do julgamento do voo MH17 deve revelar informações desagradáveis

Para analisar e apresentar as evidências publicamente, a justiça da Holanda vai levar ao tribunal, nessa semana, quatro acusados ​​pelo assassinato de 298 passageiros e tripulantes a bordo do voo 17 da Malaysia Airlines, abatido com um míssil de fabricação russa sobre o leste da Ucrânia em julho de 2014.

Reconstrução MH17 Malaysia 777 Derrubado

Durante a semana de julgamento, as famílias que perderam seus entes no acidente, certamente terão lembranças dolorosas daquele fatídico dia, mas, segundo elas, ficarão gratas por ao menos saber o que aconteceu naquele voo.

O acidente aconteceu em 2014 com um Boeing 777-200, que estava voando de Amsterdã para Kuala Lumpur quando foi atingido por um míssil terra-ar, levando à morte de todos a bordo. Os destroços do Boeing 777 caíram nos arredores da vila ucraniana de Hrabove, em território mantido por separatistas pró-russos que combatiam as forças do governo ucraniano.

Após o acidente e ao longo da investigação, três cidadãos russos e um cidadão ucraniano foram acusados e estão sendo investigados. Todos acusados ocuparam altos cargos nas milícias pró-russas no leste da Ucrânia em 2014.

Em um breve comentário a jornalistas, Evert van Zijtveld, que perdeu dois filhos e os pais de sua esposa, comentou: “É um dia muito difícil para nós. Agora é o primeiro dia da acusação, e isso é difícil”.

Ele ainda lamenta pelos réus não comparecerem no tribunal e diz: “Gostaríamos de saber quem são, mas… o tribunal deve decidir, confiamos nisso.”

Conforme a Reuters, após pouco mais de um ano desde o início do julgamento dos quatro acusados, os juízes do caso começaram, na segunda-feira, dia 7 de junho, a fase de provas do acidente. Em 8 de junho, eles começarão a falar dos resumos das provas coletadas ao longo da investigação e farão a uma possível convocação de testemunhas.

Um dos juízes, que perdeu seu filho de 23 anos e a namorada dele no acidente aéreo, diz que o julgamento visa determinar a categoria de míssil utilizado no ataque, de que ponto exato foi lançado, bem como se os quatro acusados podem ser responsabilizados.

Está demorando muito, mas queremos saber a verdade. É a única coisa que ainda podemos fazer pelas crianças”, disse o juiz Rob Frederiksz.

Durante anos de investigação, foi concluído por investigadores que o lançador de mísseis usado no ataque pertencia à 53ª Brigada de Mísseis Antiaéreos da Rússia. Na época o governo holandês atribuiu a culpa a Moscou, mas negado por eles em seguida, dizendo que não se responsabilizavam por tal ataque.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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