Uma mudança nas restrições para operações de aviões de maior porte na Pampulha, aeroporto mais central de Belo Horizonte, que afeta principalmente jatos comerciais, acabou pegando a alguns de surpresa.
A “confusão” aconteceu na sexta-feira (12), enquanto chovia forte na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fazendo com que mais de dez voos que tinham como destino o Aeroporto Internacional de Confins não conseguissem pousar e, portanto, buscassem alternativas para pouso.
Apesar do tempo ruim na parte norte da Região Metropolitana, o aeroporto da Pampulha, mais ao centro, tinha uma condição meteorológica melhor, o que, em tese, permitiria a operação das aeronaves autorizadas para tal local, ainda que estivesse alguma chuva e nuvens mais baixas, operando em condições de voo por instrumentos.
No entanto, houve uma alteração. Isso porque, como observado por leitores, o Embraer E190 da mineradora Vale, que tinha como destino original a Pampulha, também teve problemas para pousar, e mudou de destino para Confins.
O Aerovale chegava à capital de Minas num voo proveniente de Carajás, no Pará, fazendo a sua rota principal entre as duas principais localidades operacionais da Vale, mas, ao chegar próximo a BH, o jato acabou tendo que alternar para Confins (que já estava aberto), mesmo com o aeroporto da Pampulha “teoricamente” em condições de recebê-lo.
Leitores comentaram ao AEROIN que pareceu estranho o impedimento ao Aerovale de pousar na Pampula. Ao consultar o ROTAER (Publicação Auxiliar de Rotas Aéreas) emitido pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Força Aérea Brasileira, nota-se uma mensagem que chama a atenção: “Proibido operações de pouso de aeronaves com código de referência 3 ou 4 em Condições Meteorológicas de Voo por Instrumento (IMC)“
Não restou claro quando foi a mudança, mas segundo fontes consultadas pelo AEROIN, houve até controladores que desconheciam o procedimento. No dia anterior, com condições de tempo parecidas, foi relatada pelo menos uma operação de avião dessa categoria.
No passado outra restrição de jatos tinha sido colocada, a qual proibia pousos pela cabeceira 34, que é oposta à Lagoa / Barragem da Pampulha. Essa restrição já foi retirada há algum tempo.
Atualmente o Aeroporto da Pampulha não pode receber voos regulares interestaduais por uma Portaria Ministerial, que visa concentrar a aviação comercial em Confins, que possui maior capacidade. Não existe nenhuma expectativa pela CCR, que será a nova administradora do aeroporto, para que isso mude, já que não era exigido no leilão da concessão e iria atrapalhar o plano de negócios de Confins.
