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Em meio à crise da pandemia, as companhias aéreas cortam custos em todos os lados para sobreviverem, enquanto novidades surgem de todos os lados. Uma empresa promete ajudar com uma redução de até $7 milhões de dólares por ano e por avião simplificando um processo simples: o de empurrar o avião.
A criação é da empresa WheelTug que, como o próprio nome em inglês diz, significa “Roda Rebocadora”. É exatamente isso que o seu projeto faz ao empurrar o avião de maneira autônoma, sem a necessidade daqueles carrinhos e caminhões de pushback.
A empresa americana desenvolveu um motor elétrico, que é acoplado à roda dianteira da aeronave no trem de pouso de nariz. Este motor tem potência para controlar e empurrar uma avião com peso de até 84 toneladas, diz uma matéria da Forbes. Com isso, será possível instalar o dispositivo na maioria dos principais jatos que fazem voos de até duas ou três horas como o Boeing 737-800 ou o Airbus A320, que dominam o mercado global de aviões comerciais.
Veja no vídeo abaixo como o sistema funciona:
WheelTug Overview from WT_User on Vimeo.
Atualmente, para o avião mudar de posição ao sair do gate, é necessário que ele seja empurrado por um trator que, por sua vez, é conectado à aeronave por uma barra num procedimento chamado de pushback. Após conectado, o avião é empurrado para trás até a pista de táxi, onde é liberado pelo mecânico, que retira o pino de segurança.
Todo esse processo é um pouco demorado e o avião só pode acionar os motores após atingir uma uma posição específica por questões de segurança e ruído. Sem esse processo e com a nova tecnologia da WheelTug, a economia vai de $300 a $2500 dólares por voo, segundo um estudo da consultoria Deloitte.
Em algumas empresas, essa economia pode chegar na cifra de $7 milhões de dólares anuais por aeronave, além de, é claro, reduzir o tempo em solo, permitindo que o avião faça mais voos no mesmo dia.
Como funciona
Além do motor elétrico, o WheelTug conta com câmeras instaladas no trem de pouso. A partir da cabine de comando e com um pequeno painel instalado próximo à manete de potência, o piloto controla o sentido da aeronave: para trás ou para frente. Enquanto isso, com o próprio “volante” do nariz (nose wheel tiller), que já é nativo da aeronave, o piloto consegue controlar a direção de saída da aeronave, como fosse em um carro ou caminhão.
A tecnologia, inclusive, permite que o piloto manobre a aeronave de maneira que, na chegada ao destino, ela pare mais paralela à ponte de embarque, permitindo o uso simultâneo das portas dianteira e traseira com as pontes, sempre que disponível no aeroporto, diminuindo também o tempo de embarque e desembarque.
A economia maior, porém, é na redução de pessoal e equipamento: não serão mais necessários dois funcionários para operar o trator e a barra, que também cairão em desuso.
O mecânico irá liberar a aeronave ainda no portão, andando menos e não atrasando o tempo para o início do táxi, que hoje só começa após o técnico estar afastado da aeronave, depois dele ter dado o sinal de liberação do pino.
Outro ponto importante é que, com certa frequência, a barra que conecta a aeronave ao trator quebra, o que atrasa voos, quando não causa pequenos incidentes com potenciais danos à aeronave. Com o WheelTug não haverá mais essa preocupação, além de toda a operação de manobra estar sob a responsabilidade do piloto, que contará com as câmeras para evitar colisões.
O produto hoje está em testes, mas já conta com 2.200 encomendas de 26 companhias aéreas diferentes no mundo. Dentre elas estão a IndiGo, da Índia, a holandesa KLM, a Malaysian Airlines, a FlyDubai e a Ethiopian Airlines, além da mexicana Viva Aerobus ter demonstrado interesse no produto.
O preço para a instalação e operação do equipamento não foi revelado, mas a certificação do produto como adicional para o 737 deverá ser feita em breve. No primeiro vídeo desta reportagem é possível ver o primeiro teste “real” do WheelTug, no Aeroporto Internacional de Memphis, no Tennessee, com um 737-800 da espanhola Alba Star Airlines.
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