O que aconteceu com os prateados Boeing 747 da American Airlines?

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O vistoso Boeing 747 “Jumbo Jet” já foi visto em aeroportos internacionais de todo o mundo com frequência, mas de um tempo para cá, ele tem sido mais notado pela sua ausência. Essa publicação relembra dos gigantes da American Airlines, empresa que esteve entre as primeiras grandes operadoras do jato da Boeing nos anos 1970.

Foto de Michael Bernhard, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia

No início dos anos 1970, o Boeing 747 ainda não era uma aeronave de total sucesso. Naquele momento, as companhias aéreas lutavam para atrair clientes suficientes para preencher os aviões menores. Se no início essa decolagem lenta foi uma grande preocupação para a Boeing, que acumulou uma dívida bancária recorde de US$ 1,2 bilhão para financiar o projeto 747, mais tarde virou um trunfo.

Com o gradual aumento do número de passageiros e a popularização das viagens aéreas nos EUA, Europa e Ásia, a aeronave acabou sendo alavancada até ganhar o status de ícone. O aumento na procura e a limitação de slots em grandes aeroportos centrais também incentivou as empresas a estabelecerem ligações com aviões maiores.

Jumbo na AA

Num período de quase 20 anos, a American Airlines operou 21 aeronaves do modelo, sendo 18 747-100, um 747-200 e dois 747SP, mas foi uma das primeiras companhias aéreas dos Estados Unidos a retirar o Jumbo de sua frota, tendo o último sido vendido em meados dos anos 1990, para a sua congênere e concorrente, United Airlines.

Seguindo o mesmo caminho de outros tantos 747, vários deles foram convertidos para cargueiros para compor frotas como a da UPS e Flying Tigers, além da própria American Cargo (ou American Freighter). Outros acabaram repassados a empresas aéreas de várias partes do mundo. Mas alguns tiveram um fim bem mais interessante.

N905NA + Shuttle Enterprise (STN/EGSS)

Dois dos Jumbos da série -100 foram modificados para a versão Shuttle Carrier Aircraft (SCA) e usados ​​para transportar os Ônibus Espaciais de seus locais de pouso até o Centro Espacial Kennedy da NASA. Devido a fortes alterações internas e externas, a SCA reduziu significativamente as capacidades de alcance e altitude dos 747. Eles também tiveram que carregar lastro ao voar sem o ônibus espacial, para manter a estabilidade.

O legal é que a agência espacial americana manteve a pintura básica da AA em uma das aeronaves, sendo que, desses, o N905NA foi mantido em serviço até o final de 2012. No fim de sua vida, ele foi preservado como um monumento ao lado de uma réplica do ônibus espacial no Space Center, em Houston.

O outro com história interessante foi o 747SP de matrícula N602AA, comprado pela AA da TWA em 1986 e depois vendido ao governo dos Emirados Árabes Unidos em 1994, para ser usado como uma aeronave de transporte VIP.

N602AA
Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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