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O superjumbo Airbus A380 polui muito mais do que o A350?

A resposta simples para a pergunta acima é SIM. Uma análise conduzida pelo time de engenheiros da Qatar Airways comparou o desempenho do Airbus A380 ao do A350 em rotas partindo de Doha para Londres, Guangzhou, Frankfurt, Paris, Melbourne, Sydney e Nova Iorque. 

Apesar de parecer uma análise “injusta” de um bimotor mais moderno contra um quadrimotor de alguns anos a mais, em tempos de pandemia ela faz sentido, já que a demanda por viagens internacionais continua em seus patamares mínimos e a Qatar defende que não vale a pena voar com o A380 “vazio” apenas por marketing, enquanto critica muito sua concorrente Emirates por isso.

Essa análise também serviu como base para a empresa sediada em Doha remover o A380 da agenda dos próximos meses.

Quem polui mais

Os engenheiros concluíram que, em um voo normal de ida, a aeronave A350 despejou, no mínimo, 16 toneladas de dióxido de carbono por hora a menos na atmosfera, em comparação com o que foi gasto pelo superjumbo A380 no mesmo percurso. Segundo a Qatar, isso significa que o A380 emitiu 80% mais CO2 por hora do que o A350 em cada uma dessas rotas. 

Nos casos de Melbourne e Nova Iorque, o A380 emitiu 95% mais CO2 por hora do que o A350 que, por sua vez, economizou cerca de 20 toneladas de CO2 por hora, tal diferença deveu-se à presença de massas de ar, que fizeram ambos aviões consumirem mais combustível, enquanto que o A350 teve uma performance melhor por sua aerodinâmica e tecnologia dos motores.

As análises foram conduzidas com as aeronaves realizando voos comerciais e os resultados são as médias obtidas. Com isso, os engenheiros procuraram eliminar variações da quantidade de passageiros transportados nas rotas e reduzir o impacto de diferentes condições meteorológicas (como variação dos ventos, por exemplo).

Com isso, a Qatar concluiu que “não vale a pena voltar com o A380 até que a demanda de passageiros volte aos níveis adequados e que sua opção é por manter apenas aeronaves comercialmente e ambientalmente responsáveis”, disse a empresa em nota.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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