Oficial de segurança é preso após trote de bomba para valorizar sua função no aeroporto

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Um oficial do serviço de Segurança da Aviação (Avsec) foi às lágrimas na última quarta-feira, 27, ao ser preso por ter plantado uma bomba falsa no aeroporto de Dunedin, na Nova Zelândia, dois dias após um ataque terrorista a uma mesquita na cidade.

Segundo relata a mídia neozelandesa, Preetam Prakash Maid, de 32 anos, foi acusado de levar uma imitação de explosivo para uma área com segurança reforçada, depois que tal dispositivo foi encontrado no lado norte do aeroporto em 17 de março de 2019.

Maid foi considerado culpado por um veredito pela maioria de um júri popular em novembro passado e agora foi preso por três anos pelo juiz Michael Crosbie no Tribunal Distrital de Dunedin na manhã da quarta-feira. A acusação acarretava uma pena máxima de cinco anos de prisão.

O promotor do caso, Richard Smith, disse que Maid, que começou a trabalhar com Avsec em maio de 2017, explorou seu papel para acessar áreas restritas. Essa quebra de confiança ocorreu poucos dias após o ataque terrorista da mesquita e foi uma ofensa “cínica”, dados os protocolos de segurança intensificados da época.

O ato de plantar uma bolsa perto de uma barraca foi amplificado pela presença da imitação de bomba, que ele fez com itens retirados de uma sala restrita do aeroporto.

A advogada de Maid, Deborah Henderson, disse que seu cliente continua a declarar sua inocência.

No dia do crime, ele estava dirigindo em torno do perímetro do aeroporto e alegou ter visto um item incomum perto de uma barraca. Era uma bolsa para laptop que continha um dispositivo com fios, um cilindro, baterias, um celular e uma nota escrita à mão enigmática.

A nota dizia: “A. Alpha, B. Birds, C. Crash, D. Dunedin, E. Emergency, F. Fools.” (Na tradução, Alfa, Pássaros, Colisão, Dunedin, Emergência, Tolos). Um especialista em caligrafia disse ao tribunal que provavelmente a letra é de Maid.

A promotoria alegou durante o julgamento que um possível motivo para o ato de Maid, que anteriormente havia levantado questões sobre medidas de segurança no aeroporto, era conseguir mais trabalho no aeroporto.

O juiz Crosbie observou que era um caso circunstancial forte, que incluía imagens de CCTV (sistema interno de câmeras de monitoramento) e rastreamento de seus movimentos por meio de cartões magnéticos.

Primeiro a bolsa foi escondida em um veículo de segurança estacionado. Mais tarde, Maid dirigiu o veículo ao redor do aeroporto e então afirmou ter visto o item suspeito perto de uma barraca à beira da pista do aeroporto.

Ele obteve permissão para examinar o dispositivo, mas foi quando Maid provavelmente o plantou no local, descreveu a denúncia ao tribunal.

Ele deu o alarme, mas não alertou imediatamente os bombeiros, o que era contra o protocolo. Ele também fez circular petições sobre preocupações com a segurança e contatou a mídia sobre suas queixas.

A descoberta da bomba falsa prejudicou a programação do aeroporto, com três voos desviados após a ocorrência. A falsa bomba foi neutralizada e posteriormente avaliada como bastante realista por um especialista.

Maid “explorou seu papel”, o que foi uma violação grosseira de confiança em um momento em que o país estava “cambaleando e de luto” após o ataque terrorista, disse Crosbie.

Maid, que se ofereceu a pagar $ 6.000 dólares neozelandeses (cerca de $ 23.700 reais) de indenização, foi preso e enxugou as lágrimas de seus olhos enquanto era levado sob custódia.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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