Com um modelo de conectar o planeta todo através de seu hub em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a companhia Emirates foi severamente impactada pela crise da Covid-19, afinal, praticamente toda sua malha aérea é composta de voos internacionais e o fechamento de fronteiras paralisou por completo sua frota, que inclui mais de 100 unidades dos enormes Airbus A380, o maior avião de transporte de passageiros do mundo.
No entanto, apesar da situação crítica e de seu primeiro prejuízo anual em 30 anos, com perda de quase US$ 6,0 bilhões no ano financeiro 2020-2021, o CEO da companhia aérea árabe, Tim Clark, tem plena convicção de que, no máximo em mais 1 ano (no verão de 2022 do Hemisfério Norte), sua empresa estará com a capacidade de voos completamente recuperada.
Falando ao Arab News, Tim afirmou: “Do ponto de vista de curto prazo, acho que temos mais seis meses de dificuldade. Se você me perguntar sobre o verão de 2022, estou bastante confiante de que no próximo ano veremos um quadro completamente diferente, e que certamente companhias aéreas como a Emirates terão restaurado sua capacidade total”.
A perspectiva se baseia na expectativa de que, assim que a pandemia estiver finalizada, haverá um “tsunami” de demanda por parte de todas as pessoas que estão mais de 15 meses sem viajar para ver amigos e parentes, a trabalho ou para passar férias por turismo ou em suas segundas casas, seja pelos bloqueios impostos, seja pelo medo de se contaminar.
O experiente gestor da empresa aérea, que foi um dos fundadores da Emirates em 1985 e segue como seu presidente desde 2003, afirma, segundo o Arab News, que tem plena convicção de que o modelo de negócio da companhia é eficaz “para sempre”.
Ele questiona: “Você acha que as pessoas não viajarão, que não querem fazer tudo o que faziam antes da pandemia? Você acha que, como muitos fazem, como você e eu estamos conversando nessas plataformas de videoconferência, isso eliminará a necessidade de viajar a negócios? Acha que as pessoas não vão viajar a férias, a lazer, a visitar amigos e parentes pela multiplicidade de motivos que fazem as pessoas viajarem pelo planeta?”
Para Tim, Dubai se reafirmará como um super-hub global e vai fortalecer essa posição. “O aeroporto se fortalecerá e teremos mais cidades na rede nos próximos três a cinco anos. Portanto, observe o que acontecerá neste tempo.”
Sobre os Airbus A380, vários já estão sendo colocados de volta ao serviço neste verão, e Clark mostrou-se confiante sobre a aeronave, após a Emirates acabar de receber mais duas novas unidades e ter mais três sendo entregues em novembro. “Vamos trabalhar essa aeronave, vamos gastar dinheiro com ela, para reformar, melhorar o produto, torná-lo ainda mais atraente”, ele disse.
Tim se aposentaria por volta do início de 2020, mas aceitou permanecer no cargo diante dos desafios que surgiram com a pandemia, e, por enquanto, não anunciou uma nova previsão de sua retirada da bem-sucedida carreira.
