Passageiros ficam presos sobre a asa de avião Embraer, após confusão em emergência

Um incidente ocorrido ano passado teve seu relatório final divulgado na semana passada pela Agência de Investigação de Acidentes Aéreos Britânica, AAIB. Curiosamente, os investigadores descobriram que os passageiros que escaparam pela saída de emergência localizadas sobre as asas de um avião Embraer E195 não souberam como descer do avião e acabaram retornando para dentro da aeronave, a fim de encontrar uma rota alternativa.

Quando foi isso

O incidente aconteceu em 28 de fevereiro de 2019. Enquanto as manetes de um jato Embraer E195 da Flybe avançavam para decolagem do Aeroporto de Exeter, a tripulação detectou um odor incomum e observou fumaça entrando na cabine. Com isso, foi comandada uma abortagem do processo e as alavancas foram movidas de volta para a posição de marcha lenta e o freio de estacionamento aplicado. 

Com o avião parado, um dos pilotos avisou pelo alto falante da aeronave que havia fumaça e na cabine e orientou aos comissários a iniciarem uma evacuação de emergência, no que foram prontamente atendidos. As portas foram abertas e as escorregadeiras infladas, permitindo que as pessoas se projetassem para fora do jato.

Confusão nas asas

No entanto, parece que algo não funcionou muito bem nas saídas de emergência localizadas sobre as asas. Durante a evacuação, os passageiros que evacuaram por essas saídas relataram estarem inseguros sobre como descer para o solo e vários reentraram na cabine e saíram por um dos escorregadores de fuga. 

O retorno dos passageiros para dentro da aeronave foi considerado um problema grave para os investigadores, uma vez que, havendo evadido o ambiente, eles jamais deveriam ter retornado, mas sim procurado se distanciar ao máximo do avião.

Recomendações

Como resultado das conclusões desta investigação, a Agência para a Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) empreendeu duas ações de segurança relacionadas com os requisitos de certificação para saídas de emergência sobre as asas. A operadora Flybe também realizou diversas ações de segurança relacionadas a briefings de segurança de passageiros, processos de planejamento de manutenção, treinamento e monitoramento de equipamentos de solo.

Quatro recomendações de segurança foram feitas em relação aos requisitos de certificação para marcações de saída sobre as asas para que a rota de fuga seja identificada de maneira rápida e intuitiva pelos passageiros.

A fumaça e os gases foram atribuídos a um procedimento incorreto de lavagem do compressor do motor. A quem quiser se aprofundar, o relatório completo pode de lido nesse link.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias