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Piloto de avião brasileiro tem problema em voo nos EUA ao não entender bem o inglês

Cena do vídeo que você vê abaixo nesta matéria

Um vídeo publicado recentemente no YouTube, em um canal especializado em registros de comunicações entre pilotos e controladores de tráfego aéreo em situações de acidentes e incidentes, mostra a importância de se ter uma boa familiarização com o inglês e, principalmente, com o entendimento das comunicações aeronáuticas no idioma americano quando se está voando naquele país.

A pronúncia dos controladores de tráfego dos Estados Unidos é rápida, de forma que é preciso ter bastante familiaridade com as comunicações aeronáuticas em inglês para o entendimento de todas as mensagens, especialmente quando se tratam de situações que fogem das frases mais comuns.

Como você verá na gravação abaixo, a aeronave de matrícula brasileira PS-FBL, um jato executivo Embraer Phenom 300, entra em contato com o controle de tráfego aéreo de Boston para fazer sua aproximação para pouso no aeroporto local, porém, desde as mensagens iniciais, o piloto frequentemente parece não compreender por completo boa parte das instruções e dos questionamentos feitos pelo controlador.

Acompanhe a seguir o vídeo, que inclui as legendas relativas às mensagens, e, caso você não compreenda o inglês, veja abaixo do player de vídeo uma descrição dos principais aspectos envolvidos em toda a situação, que incluiu ainda uma ocorrência por desvio do piloto em relação às instruções do controle de tráfego aéreo.

Já na primeira instrução, o controlador fornece o ajuste 30.20 de altímetro e, na mesma mensagem, pergunta qual altitude de voo que a aeronave brasileira está deixando naquele momento.

O piloto pede uma confirmação do valor do ajuste de altímetro e, diante da repetição do controlador, que novamente aproveita para perguntar a altitude, ele apenas confirma o entendimento do ajuste 30.20 e não fornece a informação solicitada.

Por fim, após a mesma pergunta pela terceira vez, o piloto compreende o pedido e responde sobre sua altitude.

Algumas mensagens depois, é possível notar que a aeronave brasileira é alertada para corrigir sua altitude, para 10 mil pés, pois estava descendo mais cedo do que deveria em sua rota de aproximação ao aeroporto.

A resposta do piloto parece indicar que ele entendeu o aviso, porém, logo depois o controlador volta a alertar, agora notavelmente com mais rigor em sua voz, para a aeronave brasileira subir de volta aos 10 mil pés.

Mais algumas mensagens à frente e o controlador precisa novamente avisar que a aeronave continua descendo, e que deveria subir e manter 10 mil pés. Na mesma mensagem, o controlador aproveita para perguntar a velocidade do avião.

O piloto apenas responde sobre ter entendido a altitude de 10 mil pés, e o controlador então volta a reforçar a pergunta sobre a velocidade. O piloto responde que está com 220 nós, e o controlador informa que ele deveria manter 250 nós.

Então, em um momento posterior, o controlador informa um “possível desvio” de conduta do piloto por não ter respeitado as instruções do controlador de tráfego, e pergunta se o piloto está pronto para anotar um número de telefone para o qual deverá ligar após o pouso para conversar sobre o assunto.

Ao responder, o piloto não faz nenhuma menção à informação do controlador sobre o problema ou sobre estar pronto para anotar o telefone. Quando o controlador passa novamente as mesmas informações, o piloto responde que está pronto para anotar, porém, faz referência ao rumo da aeronave, o que parece indicar que ele não entendeu que se tratava de copiar o número de telefone.

O controlador repete pela terceira vez as mesmas informações, e agora fornece o número de telefone, ao que o piloto finalmente responde como entendendo do que se tratava.

Mais algum tempo e algumas mensagens à frente, quando a aeronave brasileira está fazendo a curva base para alinhar com a direção de pouso, o controlador comenta sobre o avião não estar corretamente alinhado e pergunta se o piloto tem contato visual com o aeroporto.

A esta e às próximas mensagens do controlador, não há respostas por parte do piloto, levando o controlador a cancelar a aprovação de aproximação para pouso e informar que não está recebendo mensagens do rádio da aeronave.

Por fim, após as mensagens sem resposta, uma voz diferente passa a se comunicar com o controlador a partir da aeronave brasileira, agora parecendo ser um piloto com muito mais familiaridade com o entendimento do inglês das comunicações

O controlador então pergunta se está tudo bem na aeronave brasileira, recebendo a resposta de que “agora está tudo bem”. Na mensagem seguinte, é informado ao controlador que havia um problema com o trem de pouso da aeronave, mas que já foi resolvido. Daí em diante, as comunicações prosseguem sem maiores problemas com a pessoa que assumiu o rádio a bordo.

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