Piloto processa empresa aérea por trauma após motor de avião falhar em voo

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Uma piloto australiana desenvolveu estresse pós-traumático após um incidente de falha no motor e acabou processando a empresa pelo ocorrido.

Boeing 717 e Jacinda – planegeezer / arquivo pessoal

Em março de 2018, a primeiro-oficial Jacinda Cottee cumpria um voo de Alice Springs para Brisbane, ambas na Austrália, operado pela empresa Cobham ­Aviation em nome da QantasLink, subsidiária regional da Qantas.

Quando a aeronave se aproximava de Brisbane, um grande barulho de estouro foi ouvido da cabine de passageiros. Era um dos motores do jato Boeing 717 falhando. Prontamente, a tripulação seguiu as instruções do manual e desligou o motor defeituoso, pousando em segurança minutos depois.

Mas Jacinda disse que nunca se recuperou do susto e acabou saindo da empresa logo depois. Ela afirma que desenvolveu o estresse pós-traumático, que em inglês tem a sigla PTSD. Apenas a título de exemplo, é uma doença muito comum entre soldados que retornam de guerras e não conseguem reestabelecer a sua vida fora do front, seja pelos horrores do conflito ou pela falta dos amigos que morreram em combate.

Mas o PTSD também se estende a outros eventos traumáticos, como tragédias naturais ou acidentes de grande escala. Neste caso, Jacinda afirma que o PTSD fez ela abandonar a carreira, e que a culpa pelo incidente é da Qantas.

Jacinda Cottee – Arquivo Pessoal

Ela está pedindo $738 mil dólares australianos (R$3,3 milhões) em compensação pelo tempo que não está trabalhando, além de danos morais. A acusação é que a Qantas falhou em manter as aeronaves em condições aeronavegáveis.

Em nota ao portal Australian Aviation, a Qantas afirma que a informação de falha da empresa não procede, já que foi o único evento de falha do motor em cinco anos na frota do Boeing 717.

“A nossa frota de jatos 717 tem uma taxa de dispobinilidade de 99,99%, e a investigação da própria Rolls-Royce (fabricante dos motores BR700 que equipam o 717) apontou que a falha do compressor foi um erro de produção, e não de manutenção”, afirma a empresa. Por fim a empresa conclui afirmando que “todos os pilotos, como a primeiro-oficial em questão, foram treinados para responder em situações de falha de motor”.

Processos por incidentes são até comuns e o caso mais famoso na história recente é de um advogado que está afirmando que um problema de manutenção causou a explosão de um motor de um Boeing 777 da United, mesmo antes da investigação (que não pode ser usada em processos jurídicos) ser concluída:

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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