Pilotos pedem que grades sejam colocadas no acesso à cabine do avião

A maior associação de pilotos de linha aérea do mundo está com receio dos passageiros e da escalada na quantidade de casos de indisciplina a bordo, ao ponto de pedir uma grade para proteção extra da cabine de comando.

Divulgação – ALPA e Azul

A preocupação vem da ALPA – Airline Pilots Association, que é a maior entidade sindical de pilotos no mundo, representando 59 mil pilotos norte-americanos. Ela afirma que desde o 11 de setembro de 2001 (atentados terroristas em Nova Iorque) sempre houve uma preocupação sobre a questão do acesso à cabine de comando.

Agora, além da porta blindada já existente, a associação pede que uma segunda barreira seja colocada, no corredor de acesso à cabine, mas antes do acesso ao banheiro, permitindo uma maneira segura dos pilotos fazerem suas necessidades fisiológicas sem o risco de intrusos.

A ideia de colocar uma grade não é nova, ela foi levantada em 2017 e já é utilizada por duas empresas aéreas de grande porte, que não foram citadas pela ALPA, mas que não ficam nos EUA.

Inclusive, a Airbus e a Boeing oferecerem este opcional nos seus aviões, mas poucas empresas utilizam, seja pelo custo adicional assim como pela usabilidade no dia-a-dia e o diminuto risco real associado à invasão durante a ida dos pilotos ao banheiro – lembrando que o outro piloto permanece trancado na cabine enquanto seu colega está ausente.

No entanto, uma outra preocupação colocada pela ALPA mostra que a entidade não refere-se apenas aos passageiros pagantes, mas também aos voos de carga com passageiros “a trabalho”. A associação cita claramente que é necessário ter estas barreiras em voos cargueiros, principalmente naqueles que transportam animais.

Segundo a ALPA, as pessoas que acompanham os animais vivos em voos carguerios não são funcionários das empresas aéreas e por serem, na maioria das vezes, estrangeiros, fica difícil avaliar seu histórico criminal antes do embarque.

“Isto cria um risco significante aos voos cargueiros e à sua tripulação, já que não estão protegidos nesta situação”. A preocupação tem outra base não citada, que é a não presença de um comissário e de outros passageiros.

Sem um agente de segurança como o comissário, fica mais “convidativo” para que um criminoso tente entrar na cabine. Assim, ele está ali sozinho ou com poucas pessoas e a chance de ser impedido é menor.

A ideia da ALPA agora é levar o projeto para o Congresso, através de assinaturas de seus milhares de pilotos, para que, no futuro, se torne lei a exigência ter essa barreira secundária.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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