Um fim à polêmica da comissária racista da Delta, que ganhou até prêmio na companhia

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Avião Airbus A350-900 Delta Air Lines
Imagem: formulanone [CC]

Uma experiente comissária de bordo da Delta Air Lines finalmente não faz mais parte do quadro de tripulantes da companhia aérea sediada em Atlanta, depois de anos publicando uma série de controversos Tweets e outras postagens nas redes sociais, que referenciam ao racismo e à intolerância.

Segundo informações do jornal AJC de Atlanta, em um comunicado a companhia aérea confirmou que Kevin Jennings não é mais uma funcionária, mas um porta-voz se recusou a divulgar se a comissária foi demitida ou se ela se retirou voluntariamente.

A questão envolve muita polêmica, pois, mesmo com sua postura na internet, nos últimos anos Jennings liderou uma série de campanhas para a Delta, representando a marca em vários eventos e se tornando uma líder de uma unidade interna de anti-sindicalização. Ela também recebeu o prestigiado Chairman’s Club Award da Delta, que premia os funcionários que “incorporam os valores da Delta”.

Com o nome de @KevinTheFlyGirl no Twitter, a comissária de bordo veterana postou vários Tweets controversos e com apologias racistas nos últimos anos. Muitas das postagens ofensivas foram removidas, mas as capturas de tela feitas por ativistas dos movimentos anti-racismo permanecem pelas redes sociais.

Em 2017, quando os protestos do hino nacional de Colin Kaepernick foram divulgados, um tweet de Jennings disse: “Vamos para #takeaknee (ajoelhar-se) nos Jogos Olímpicos? Quão embaraçosa é essa noção. Cresçam pessoas.”

Já recentemente, em 7 de junho, ela respondeu a um post sobre um chefe de polícia que se juntou a manifestantes deitados no chão em solidariedade aos protestos anti-racistas: “Não tenho certeza o que isso prova??? Exceto que esse policial é um seguidor, o que significa que ele não é um líder.”

Diversas outras postagens e tweets também pareciam violar o código de conduta e valores da Delta, mas especialistas afirmam que o comportamento de Jennings era conhecido pelos gerentes da Delta, porém, tolerado. Após uma reação pública nas últimas semanas, a Delta parece ter finalmente agido.

“Quero deixar claro que o local de trabalho da Delta deve permanecer seguro e acolhedor para todas as pessoas da Delta. Não toleraremos atos ou declarações racistas, intolerantes ou odiosas em nossos espaços de trabalho ou dirigidos a nosso pessoal”, disse o executivo-chefe da Delta, Ed Bastian, à equipe em um memorando de duas páginas sobre questões raciais e a pandemia da Covid-19.

“Isso inclui comentários raciais e outros intolerantes, odiosos e ofensivos nas mídias sociais pelas pessoas da Delta, o que prejudica nossa cultura e nosso povo”, continuou o memorando.

Bastian não abordou diretamente a controvérsia de Jennings, mas um porta-voz da Delta disse que a companhia aérea tem “tolerância zero ao racismo, à intolerância e a atos de ódio”, e completou genericamente: “O funcionário não trabalha mais na Delta.”

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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